Tudo estava a correr bem, até ao Alentejo. Rui Rio e António Costa sentaram-se à mesa para distribuir as lideranças das CCDR para os próximos anos, prometendo os apoios necessários dos seus eleitos localmente, que deviam ser suficientes para assegurar a eleição da escolha dos candidatos indicados pelos partidos. Norte e Centro para o PSD; Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve nas mãos dos socialistas. Mas antes que a indicação do sentido de voto pudesse chegar, no Alentejo o plano saiu furado.

Durante o Congresso da Federação do PS de Portalegre, que decorreu em Arronches entre 12 e 14 de setembro, Ceia da Silva subiu ao púlpito para deixar claro que era “o candidato do Secretário-geral e do PS”, apelando ao voto de todos os eleitores socialistas na eleição de 13 de outubro. Perante os socialistas, Ceia da Silva admitia que era “uma batalha difícil”, “contra um adversário muito poderoso”, referindo-se ao atual presidente da CCDR Alentejo, Roberto Grilo. E é exatamente a candidatura de Roberto Grilo que está a furar os planos de Costa e Rio.

Mas foi Ceia da Silva mesmo uma escolha de António Costa? Ao Observador algumas socialistas — que vão optar por Grilo — garantem que não, que se tratou de uma indicação dos presidentes das federações do PS no Alentejo (que entretanto foram substituídos nos cargos). Outras fontes do PS, mais próximas de Ceia da Silva, dizem que “é óbvio que ele tem o apoio do secretário-geral”. O problema, dizem essas fontes socialistas, “é que Rio não teve mão nas suas distritais.”

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