As escolas da Guiné-Bissau voltaram esta segunda-feira a receber alunos, sete meses depois de um interregno motivado pela pandemia provocada pelo novo coronavírus, com fortes medidas para afastar o contágio por covid-19. Em discurso por ocasião da retoma das aulas, o ministro guineense da Educação, Jibrilo Balde, apelou os pais para mandarem os seus educandos para as escolas e anunciou que o país pretende cumprir 218 dias letivos.

As aulas vão funcionar de segunda-feira aos sábados, anunciou o ministro. Normalmente as aulas funcionam nas escolas públicas e privadas guineenses de segunda a sexta-feira. Dada à situação provocada pela covid-19, este ano o Ministério da Educação determinou que cada turma tenha o máximo de 30 alunos, divididos em 15 carteiras com dois educandos cada, sentados nas extremidades.

O uso da máscara e a lavagem das mãos é obrigatório quando o aluno entra no recinto escolar.

A Lusa constatou em várias escolas de Bissau que existem recipientes com água, sabão e lixívia para que os alunos lavem as mãos antes de entrarem para as salas de aulas. Os professores ficavam diante das turmas para confirmar se os alunos traziam consigo máscaras e frascos de álcool em gel, conforme exigiu o Ministério da Educação.

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Em várias escolas de Mansoa (norte) Bafatá (leste) e Catió (sul) contactadas pela Lusa as aulas retomaram “embora com maior presença de alunos” nos estabelecimentos dirigidos pela igreja católica naquelas localidades do interior da Guiné-Bissau. O ministro Jibrilo Baldé está confiante de que o ano letivo “terá êxito, apesar dos constrangimentos provocados pela covid-19”, mas pediu aos sindicatos dos professores que ordenem os associados a irem dar aulas.

O que temos para discutir será discutido em momento oportuno, conforme ficou combinado, sempre com base no diálogo, sem força”, observou Baldé, admitindo a existência de dívidas aos professores e que serão pagas pelo Governo, disse.

Os sindicatos (Sinaprof, Sindeprof e SIese) que representam várias categorias de professores já ameaçaram realizar greves caso o Governo “não cumprir com um memorando de entendimento” rubricado em março passado. A retoma das aulas nas escolas da Guiné-Bissau tinha sido marcada pelo Governo para o dia 14 de setembro passado, mas recomendações dadas, na altura, pela Alta-Comissária contra a Covid-19, Magda Robalo, motivaram o adiamento para hoje, sob alegação de existência de riscos de contágio de alunos.

A Guiné-Bissau regista um total acumulado de 2.385 casos de covid-19 e 40 vítimas mortais.