O sétimo lugar de Joan Mir no Grande Prémio de Valência anulou a possibilidade de prolongar decisão do título para a última prova do Mundial mas esta despedida do MotoGP promete ser uma das corridas mais emotivas do calendário e foi o próprio novo campeão a admitir que o circuito de Portimão “tem uma pista diferente das outras”. “É uma montanha russa. Estou muito curioso para ver como se vai desenrolar a corrida”, acrescentou o italiano Franco Morbidelli, atual segundo classificado após ter ganho duas das últimas três provas. “Espero ser rápido e divertir-me. O conhecimento do Miguel [Oliveira] será útil a todos os pilotos da KTM”, salientou Pol Espargaró.

Piloto Miguel Oliveira agradece “injeção de motivação” à chegada a Portimão

O piloto de Almada é o inevitável destaque do Grande Prémio de Portugal, em Portimão, e isso mesmo ficou bem expresso numa escolha feita pelos sete pilotos que foram à conferência de antevisão da prova, quando questionados sobre as maiores revelações e as grandes provas de 2020. Por exemplo, Jack Miller, Joan Mir, Cal Crutchlow, Andrea Andrea Dovizioso e Miguel Oliveira consideraram o Grande Prémio da Estíria como a melhor prova do ano, naquela que foi a única vitória do português na principal categoria ultrapassando na última curva Miller e Pol Espargaró que estavam em despique pela liderança Agora, a ambição do Falcão passa por repetir esse êxito.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Estou muito feliz, muito entusiasmado por correr em casa. Ter a oportunidade, apesar de ser uma época diferente, de ter um Grande Prémio em casa é fantástico, especialmente por ser a última corrida, onde todos estão um pouco mais relaxados e podemos aproveitar a corrida. Penso que os fãs podem esperar um grande espetáculo porque esta pista é muito diferente do que vemos pelo mundo. Espero ter uma boa prestação para que os fãs tenham uma razão extra para gostarem da corrida”, destacou o português, que faz também a última prova pela Tech3, rumando em 2021 à equipa de fábrica da KTM por troca com Pol Espargaró, que vai para a Honda.

Apesar da ausência de público, ao contrário do que estava aprazado há um mês antes da Fórmula 1, Miguel Oliveira tem sentido o apoio especial dos adeptos nacionais, não só nas redes sociais mas também de forma “presencial”, como se viu na escolta feita por dezenas e dezenas de motards quando o piloto chegou ao Algarve. E essa motivação extra não demorou a ser refletida na pista: logo na primeira sessão de treinos livres, o português conseguiu ser o mais rápido com 1.40,122, naquele que foi então o tempo mais rápido em treinos alguma vez feito no circuito de Portimão. Maverick Viñales, da Yamaha, fez o segundo registo com 1.40,162, ao passo que Aleix Espargaró, da Aprilia, ficou em terceiro com 1.40,236. A melhor KTM, de Pol Espargaró, ficou a mais de meio segundo.

Na primeira metade da segunda sessão, Miguel Oliveira voltou a ter o melhor tempo com 14.,240 durante largos minutos, Franco Morbidelli baixou para 1.40,079 e Maverick Viñales baixou do 1.40, fazendo 1.39,931. Estavam abertas as hostilidades para os seis últimos minutos de loucos, com Jack Miller, Viñales, Nakagami e Joan Mir a conseguirem praticamente na mesma volta baixar a fasquia do 1.40 antes de Johann Zarco saltar para a liderança, relegando Miguel Oliveira para o sexto posto antes de também Stefan Bradl saltar para a quarta posição, Viñales fazer uma volta em 1.39,664 e Zarco voltar a bater o melhor registo da segunda sessão (1.39,417). Miguel Oliveira baixou do 1.40 mas não foi além do 13.º registo, também por estar já a trabalhar a moto para a corrida.