Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) integram projeto para avaliar a “qualidade” e “resiliência” dos serviços de saúde maternoinfantis em países da região europeia da Organização Mundial de Saúde durante a pandemia da Covid-19.

Em declarações à agência Lusa, Raquel Costa, investigadora do ISPUP, explicou esta quarta-feira que o projeto, intitulado IMAGINE EURO, pretende recolher dados sobre a “preparação, qualidade e resiliência” dos cuidados de saúde prestados às mães e a recém-nascidos.

Esta parceria surge no âmbito daquilo que foram os standards da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicados em 2015 sobre a qualidade dos cuidados de saúde maternoinfantis que são prestados em contexto hospitalar”, afirmou.

Segundo a investigadora, foram estabelecidas pela OMS “metas muito ambiciosas para as mães, recém-nascidos e crianças ao nível da cobertura da saúde universal até 2020″, por forma a reduzir a mortalidade e a morbilidade materno neonatal.

Nesse sentido, os investigadores vão avaliar os cuidados de saúde prestados com base nos standards definidos pela OMS tendo por base o testemunho das mulheres e dos profissionais de saúde.

Neste momento, os investigadores lançaram um inquérito online direcionado às mulheres que deram à luz a partir do dia 1 de março e que está disponível em 20 línguas.

O objetivo da equipa é ter no início do próximo ano o questionário direcionado aos profissionais de saúde, nomeadamente médicos e enfermeiros que trabalham em contexto hospitalar, pronto para ser divulgado.

Este questionário tem o objetivo de explorar o nível de preparação, qualidade e resiliência dos cuidados de saúde hospitalares durante e após a pandemia da Covid-19″, disse Raquel Costa, acrescentando que posteriormente os dados serão partilhados com a OMS.

À Lusa, Raquel Costa afirmou que a equipa espera encontrar “uma grande heterogeneidade” dos cuidados prestados nos diferentes países, mas também “exemplos eficazes das várias práticas”.

O intuito final deste projeto é que sejam desenvolvidas guidelines baseadas em evidência e que as mesmas possam, com o contributo das mães e dos profissionais de saúde, ajudar a perceber as lacunas ou não dos serviços de saúde. 

Apesar do término do projeto depender da evolução da Covid-19, uma vez que é objetivo da equipa avaliar a prestação destes cuidados durante e após o período pandémico, a investigadora adiantou que “os primeiros resultados deverão ser lançados no primeiro semestre do próximo ano” para poderem auxiliar as instituições de saúde.

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