A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou esta quinta-feira aos países africanos para desenvolverem uma maior colaboração com as suas comunidades de forma a melhorar a adoção das vacinas contra a Covid-19 quando estas estiverem disponíveis.

De acordo com um comunicado divulgado pelo gabinete regional da OMS para África, um instrumento de avaliação da preparação para a vacinação para os países da região africana da organização aponta que o reforço do envolvimento da comunidade é de apenas 12%, “muito abaixo da pontuação ótima de pelo menos 80%”.

O envolvimento com a comunidade — um aspeto crucial para adoção da vacina — está entre as categorias menos avançadas no instrumento de avaliação”, refere o documento.

Entre as restantes categorias do instrumento são avaliados também o planeamento e coordenação, a mobilização de recursos, a regulação de vacinas, prestação de serviços, formação e supervisão, monitorização e avaliação, logística das vacinas, e segurança e vigilância das vacinas.

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“O sucesso de qualquer campanha de imunização depende da confiança e aceitação por parte das comunidades. É vital que as equipemos com a informação certa, dissipemos quaisquer receios e abordemos as preocupações”, afirmou a diretora-regional da OMS para África, Matshidiso Moeti.

A OMS acredita que o envolvimento das comunidades “aumenta a probabilidade de que estas assumam a liderança nas questões que as afetam, facilita o acesso e a utilização dos serviços”.

As vacinas são a nossa melhor esperança para pôr fim a esta pandemia. Ainda que todos os esforços estejam a ser feitos para uma imunização bem sucedida, sem o apoio das comunidades podem facilmente ser frustrados”, acrescentou Moeti.

O comunicado acrescenta que a OMS e os seus parceiros estão a trabalhar com governos e fabricantes de vacinas, através do mecanismo COVAX — iniciativa conjunta da Aliança Global para as Vacinas (GAVI), da Coligação para a Inovação na Prevenção de Epidemias (CEPI) e da OMS — para a aquisição de doses para cobrir 20% da população africana, com os grupos de risco a representarem o foco inicial.

Em África, há 54.917 mortos confirmados em mais de 2,3 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.