[Artigo em atualização]

Joe Biden conseguiu esta segunda-feira a confirmação que esperava: o Colégio Eleitoral deu-lhe a maioria dos votos resultantes das eleições de 3 de novembro, indicando-o assim como o próximo Presidente dos EUA. O resultado final foi exatamente aquele que se esperava: 306 votos para Joe Biden e 232 para Donald Trump.

As primeiras votações começaram na costa Este às 10h00 locais (15h00 de Lisboa) e as últimas foram no Havai, às 14h00 locais (00h00 de Lisboa). Veja, no final deste artigo a lista dos estados, conforme a hora de votação e o candidato vencedor.

Estes resultados estão totalmente em linha com aquilo que foi ditado pelos resultados das eleições de 3 de novembro, cujos resultados foram oficialmente confirmados por todos os estados até 8 de dezembro.

Neste processo, cada eleitor teve de assinar seis certificados do seu próprio voto. Cada certificado será enviado para diferentes autoridades: uma cópia vai para o Senado; duas para o secretário de Estado do estado em causa; duas para a Administração Nacional de Arquivos e Registos, que supervisiona esta votação; uma última que ficará sob guarda do juiz que preside à cerimónia desta segunda-feira.

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A 6 de janeiro, dá-se uma nova e importante fase: o Congresso, isto é, a súmula do Senado e da Câmara dos Representantes, vai certificar os votos do Colégio Eleitoral em cada estado, que lhes chegarão a partir desta segunda-feira por correio. No fundo, essa será a última oficialização dos resultados. Só depois é que se dá o derradeiro passo neste processo: a tomada de posse de Joe Biden, a 20 de janeiro de 2021.

Donald Trump diz “ainda não acabou”

Esta votação surge numa altura em que as vias de Donald Trump para impugnar os resultados são praticamente inexistentes. Na sexta-feira, os nove juízes do Supremo Tribunal bloquearam a apreciação de uma queixa que o estado do Texas fez contra os resultados de quatro estados decisivos: Pensilvânia, Wisconsin, Michigan e Geórgia.

De qualquer modo, o Presidente dos EUA deu uma entrevista à Fox News este domingo onde deixava claro que não está disposto a baixar os braços para já. “Não, ainda não acabou”, disse. “Vamos continuar e vamos seguir em frente. Temos vários casos em tribunais locais”, disse nessa entrevista.

De qualquer modo, Donald Trump já disse noutra ocasião que, caso o Colégio Eleitoral dê a vitória de Joe Biden, irá sair da Casa Branca. “Vou, certamente que vou [sair]”, disse, quando confrontado com essa hipótese. Porém, na mesma conferência de imprensa, recusou que uma vitória de Joe Biden no Colégio Eleitoral o levaria a uma conceder a vitória ao democrata. Por isso, a fazer fé nas suas palavras, mesmo que saia da Casa Branca, Donald Trump não admitirá derrota tão cedo.

Biden discursou no final da noite para dizer que “está na hora de virar a página”

Ao final da noite, Joe Biden discursou às 19h30 da costa Este (00h30 de Lisboa), já depois de as votações terme terminado em todos os estados. “Na América não são os políticos que tomam o poder, é o povo que o concede”, disse, repetindo uma ideia que já tinha deixado no seu discurso de vitória a 7 de novembro: “Está na hora de virar a página, de nos unirmos e de sararmos feridas”.

“A chama da democracia foi acesa por esta nação há muito tempo. E agora sabemos que nada — nem sequer uma pandemia ou o abuso de poder — consegue extingui-la”, disse Joe Biden, num discurso que teve também alguns ataques a Donald Trump e aos seus aliados, que acusou de terem engendrado uma “manobra legal” para “dar a presidência a um candidato que perdeu o Colégio Eleitoral, perdeu o voto popular e perdeu cada um dos estados cujas votações eles quiseram reverter”.

Joe Biden exige a Donald Trump que desista e sublinha: “Está na altura de virar a página”

Não houve nenhum eleitor descomprometido a estragar a festa de Biden

Chegou a especular-se se, no final de contas, o resultado previsto de 306-232 ditado nas eleições de 3 de novembro viria a sofrer alguma alteração. Isto porque, dos 50 estados, há 33 que obrigam os eleitores a votarem no vencedor naquele território, mas 17 deixam essa tarefa nas mãos dos eleitores designados. Por isso, era possível que houvesse algumas flutuações nos resultados finais — mas seria sempre muito improvável que estes eleitores, designados como faithless electors (eleitores descomprometidos), alterassem o rumo destas eleições.

No final, todos os estados votaram exatamente como se esperava — ao contrário das eleições de 2016, em que 10 eleitores escolheram outros candidatos, desde o ex-secretário de Estado Colin Powell a personagens fictícias.

Ao todo, nas 58 eleições que já houve nos EUA antes desta, os eleitores descomprometidos nunca reverteram o resultado esperado daqueles plebiscitos. Feitas as contas, houve 23.507 votos no Colégio Eleitoral e apenas 90 foram diferentes daquilo do que se esperava deles.

O que são os eleitores descomprometidos? Os rebeldes do Colégio Eleitoral que podem levar a uma vitória improvável

Entre aqueles 90, apenas um votou diretamente no adversário do candidato que contava com o seu voto. O facto de serem tão poucos diz respeito sobretudo a uma questão: os cidadãos designados para votar no Colégio Eleitoral são escolhidos pelos partidos vencedores em cada estado. P

or serem em muitas ocasiões pessoas ligadas às máquinas partidárias, é sempre pouco provável que rompam com as expectativas em torno do seu voto. O exemplo extremo disto mesmo deu-se em 2016, quando um dos 29 delegados do Colégio Eleitoral escolhidos pelo Partido Democrata (que ali venceu as eleições) foi Bill Clinton: 42º Presidente dos EUA e marido da candidata então derrotada, Hillary Clinton.

A que horas (de Lisboa) vota cada estado? E quem venceu naqueles que já votaram?

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No estados que Joe Biden venceu, lê-se (B); em caso de vitória de Donald Trump, lê-se (T)

15h00 – Indiana (T), New Hampshire (B), Tennessee (T), Vermont (B)

16h00 – Arkansas (T), Illinois (B), Mississippi (T), Oklahoma (T), Carolina do Sul (T)

16h30 – Delaware (B), Iowa (T), Nevada (B)

16h45 – Kentucky (T)

17h00 – Arizona (B), Connecticut (B), Geórgia (B), Maryland (B), Nova Iorque (B), Carolina do Norte (T), Ohio (T), Pensilvânia (B), Rhode Island (B), Virginia (B)

17h30 – Louisiana (T)

18h00 – Kansas (T), Alabama (T), Minnesota (B), Novo México (B), Dakota do Sul (T), Wisconsin (B)

19h00 – Colorado (B), Distrito de Columbia (B), Flórida (T), Idaho (T), Maine (3 para Biden, 1 para Trump), Michigan (B), Dakota do Norte (T), Utah (T), Virgínia Ocidental (T), Wyoming (T)

20h00 – Alaska (T), Massachusetts (B), Missouri (T), Nova Jérsia (B), Texas (T), Washington (B)

20h10 – Nebraska (1 para Biden, 4 para Trump)

21h00 – Montana (T)

21h30 – Oregon (B)

22h00 – Califórnia (B)

00h00 – Havai