Menos de um em cada 50 portugueses gerou anticorpos contra a Covid-19 na “primeira vaga”. Um grande estudo serológico do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, financiado pela Sociedade Francisco Manuel dos Santos e o Grupo Jerónimo Martins, revela que 1,9% dos portugueses terão tido exposição ao vírus, sobretudo entre jovens que vivem em maiores centros urbanos, onde a percentagem subiu para 3,2%.

Este foi um estudo que envolveu mais de 13.000 voluntários que ajudaram a pintar o retrato da imunidade à SARS-CoV-2 em Portugal, naquele que é o maior inquérito serológico sobre a Covid-19 em Portugal, até à data. Os dados são citados pelo Diário de Notícias, bem como outros meios de comunicação social como a TVI.

Ao estimar uma prevalência de 1,9% de seropositivos na população portuguesa, este Painel Serológico Nacional indica que o número de habitantes que já terão tido contacto com o vírus poderá ascender, até ao início de outubro, a cerca de 195.000 pessoas, ou seja, cerca do triplo do número de casos positivos registados até essa altura.

“A seropositividade contra o vírus aumenta com a densidade populacional, assumindo um valor estatisticamente superior nas regiões de alta densidade: 2,5% nas regiões de alta densidade populacional, face a 1,4% nas regiões de média densidade e 1,2% nas regiões de baixa densidade populacional”, pode ler-se no estudo.

Os especialistas acrescentam, também, que o facto de a percentagem final – 1,9% – ser um valor baixo é um sinal de que “o país conseguiu ‘achatar a curva’ na primeira onda da pandemia”. A equipa que está com este estudo continua “ainda a trabalhar os dados dos questionários de saúde, fatores associados com a sintomatologia da Covid-19 e outras doenças, o que irá permitir fazer uma análise mais completa sobre o retrato da primeira vaga da pandemia”, indica Bruno Silva Santos, vice-diretor do instituto que liderou este trabalho.

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