Obras de vários artistas portugueses como Joana Vasconcelos, Bela Silva, Rui Chafes e José de Guimarães, vão estar patentes na Embaixada de Portugal, em Paris, durante a presidência nacional do Conselho da União Europeia.

O mobiliário desenhado por Joana Vasconcelos para a marca francesa Rochebobois invadiu um dos salões das instalações da Embaixada e é uma obra de Bela Silva que acolhe os visitantes que chegam à Casa de Portugal, na capital francesa. Uma “revolução” pensada pelo embaixador Jorge Torres-Pereira.

“Lembrámo-nos de assinalar a presidência através de uma pequena revolução na Embaixada e que podíamos utilizar este espaço para expor artistas contemporâneos portugueses ligados a França”, afirmou o diplomata, em entrevista à agência Lusa.

Vão chegar à Embaixada ainda obras de Vhils, José Pedro Croft, Francisco Tropa, Jorge Martins e Miguel Branco, completando assim um circuito de artistas portugueses, contemporâneos.

Para o diplomata, “a cultura deve ser uma parte integrante” do projeto europeu e uma presença na divulgação da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia em Paris.

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“A cultura não faz parte das áreas de competência das instituições europeias, mas não há progresso real se a política cultural não estiver no centro das nossas atenções”, concluiu.

Portugal assumiu a sua quarta presidência do Conselho da UE, no dia 1 de janeiro, a qual se estenderá durante o primeiro semestre de 2021, sucedendo à Alemanha e antecedendo a Eslovénia, sob o lema “Tempo de agir: por uma recuperação justa, verde e digital”.

Embaixador sublinha “real espírito de entreajuda” entre França e Portugal

Ambições semelhantes para o projeto europeu e presidências do Conselho da União Europeia quase seguidas aproximam Lisboa e Paris, criando um “real espírito de entreajuda” entre os dois países, segundo o embaixador de Portugal em França.

Há um real espírito de entreajuda dos franceses quererem que haja um sucesso da presidência portuguesa, que não é só uma figura de retórica que se repete de seis em seis meses”, afirmou Jorge Torres-Pereira, embaixador de Portugal em França, em entrevista à Agência Lusa.

A embaixada nacional vai transformar-se neste primeiro semestre de 2021 num “intermediário” entre o Governo francês e os representantes dos restantes países europeus em Paris, promovendo encontros entre embaixadores e figuras gaulesas de destaque, como ministros e outros responsáveis políticos.

Apesar de muitos destes eventos serem à porta fechada e para uma audiência reduzida devido à atual situação sanitária, o diplomata português garante que há “semelhanças nas ambições europeias entre os dois países” e complementaridade entre o que defendem.

“Os franceses estão na expectativa de que nós consigamos dar os passos necessários para que eles próprios tenham a vida facilitada e uma presidência de sucesso”, referiu, já que França vai assumir a presidência do Conselho da UE em janeiro de 2022.

Para o embaixador, a partir da eleição de Emmanuel Macron para o Eliseu, em 2017, é “cada vez mais consensual” que é na dimensão europeia que se resolvem as grandes questões que afetam a França.

“A França percebe que a dimensão europeia é fundamental”, disse o diplomata, especialmente numa altura de pandemia.

Jorge Torres-Pereira está otimista em relação à retoma de uma atividade normal na primavera, que permita à presidência portuguesa ter mais reuniões físicas e menos recurso à videoconferência.

Para um diplomata é sempre um empobrecimento, porque é no estabelecimento de uma química com os nossos interlocutores que muitas vezes conseguimos o melhor das oportunidades que uma reunião permite. Então nas negociações complicadas, não há dúvida nenhuma que os avanços e desbloqueamentos das situações não se fazem nas salas plenárias, mas nos corredores”, explicou.

Portugal assumiu a sua quarta presidência do Conselho da UE no dia 1 de janeiro, a qual se estenderá durante o primeiro semestre de 2021, sucedendo à Alemanha e antecedendo a Eslovénia, sob o lema “Tempo de agir: por uma recuperação justa, verde e digital”.