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No dia que parecia um dos mais fáceis da época, United caiu com estrondo: perdeu em casa com o último e deixou City isolado na liderança

Este artigo tem mais de 3 anos

Teoricamente, era o desafio mais fácil da época. Mas o Manchester United jogou mal, defendeu pior e perdeu em casa com o Sheffield, o último classificado, deixando o City na liderança isolada (1-2).

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A equipa de Bruno Fernandes ainda empatou na segunda parte mas acabou por permitir o segundo golo

POOL/AFP via Getty Images

A equipa de Bruno Fernandes ainda empatou na segunda parte mas acabou por permitir o segundo golo

POOL/AFP via Getty Images

Já é muito complicado arranjar palavras e comentários para o que Bruno Fernandes tem vindo a fazer no Manchester United. A completar um ano desde que deixou o Sporting e se mudou para Inglaterra e para a Premier League, o médio é cada vez mais influente, cada vez mais elogiado, cada vez mais decisivo. A ponta desse icebergue, pelo menos a ponta mais recente desse icebergue, foi o livre direto que eliminou o Liverpool e garantiu a passagem dos red devils à próxima fase da Taça de Inglaterra.

Um jogo onde Bruno Fernandes não foi titular e entrou já durante a segunda parte, porque Solskjaer tinha decidido poupá-lo numa fase de grande exigência competitiva. A ideia de que o internacional português estava cansado e fatigado começou a surgir na imprensa inglesa nas últimas semanas, principalmente depois da partida com o Liverpool para a Premier League, em que o médio foi substituído já nos instantes finais depois de mostrar alguma exaustão. Depois de decidir na Taça de Inglaterra e de ser questionado sobre o facto de ter sido utilizado num encontro onde estaria a ser poupado, o português relativizou. “Aos 26 anos não posso estar cansado. Se estiver cansado agora, quando tiver 30 ou 32 anos não vou conseguir jogar. Ou então vou jogar um em cada cinco jogos”, disse, revelando depois que foi Cavani que lhe deu a dica para bater o livre para o lado do guarda-redes.

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E se os golos de Bruno Fernandes já não são novidade, também já não são uma surpresa as constantes comparações que antigos jogadores do Manchester United gostam de fazer — e que já colocaram o internacional português no mesmo patamar de Paul Scholes. A mais recente apareceu da imaginação de Ryan Giggs, que recordou os melhores tempos de Éric Cantona em Old Trafford. “Lembro-me de que em 1995/96, quando ganhámos a Taça, o Cantona fazia a diferença. O Bruno pode, agora, ter um enorme impacto neste United. As comparações surgem porque são ambos jogadores que tinham impacto e que faziam jogar quem estivesse à sua volta”, explicou o galês, abrindo a porta a uma premissa que, na verdade, tem sido a grande valia de Bruno Fernandes na equipa de Solskjaer.

Mais do que os golos, as assistências, a jogadas que cria entre a segunda metade da época passada e a primeira metade da atual, o médio português fez jogar. Chegou a uma equipa que estava algo perdida, sem identidade e com conflitos internos, e tornou-se o elo de ligação entre o treinador e o plantel. Assumiu desde logo a liderança do grupo, entre as indicações que dá para a defesa e os gritos que atira para o ataque, e encaixou na perfeição com a velocidade de Rashford e Martial, com a rebeldia de Pogba e com a qualidade de Fred. Este último, aliás, foi talvez o jogador que mais evoluiu desde que Bruno Fernandes chegou — tornou-se um titular, um médio responsável e confiante, e é agora fulcral na movimentação ofensiva da equipa. Mais do que jogar, mais uma vez, Bruno fez jogar.

Esta quarta-feira, o Manchester United regressava à Premier League e recebia o Sheffield United, o último classificado da Premier League, em Old Trafford. Um desafio acessível, em teoria — o Sheffield chegava à 20.ª jornada com apenas uma vitória e cinco pontos conquistados –, mas que a equipa de Solskjaer tinha mesmo de ultrapassar para voltar ao topo da classificação. A goleada imposta pelo Manchester City ao West Bromwich, esta terça-feira, atirou o conjunto de Guardiola para o primeiro lugar, com mais um ponto, e o United precisava de ganhar para regressar à liderança (ainda que provisória, porque o City tem menos um jogo). Bruno Fernandes era naturalmente titular nas costas de Martial, Greenwood e Rashford tombavam sobre as alas, Matic e Pogba eram os donos do meio-campo e Alex Telles também começava de início na esquerda da defesa. Destaque ainda para a titularidade de Tuanzebe, o jovem central, que aparecia ao lado de Harry Maguire e deixava Lindelof no banco, onde também estavam Cavani, Fred, Luke Shaw e McTominay.

Rashford foi o primeiro a causar perigo, com um remate ao lado depois de uma jogada construída por Wan-Bissaka e Greenwood (8′), mas a verdade é que o Manchester United fez uma primeira parte bem abaixo do normal. Para além de defender de forma atabalhoada, como foi notório num lance em que Billy Sharp obrigou De Gea a uma defesa com os pés (16′), a equipa de Solskjaer não conseguia atacar com discernimento e errava muitos passes no início da construção. O Sheffield, a atuar com muita intensidade e uma pressão alta ao portador da bola, aproveitou esse período menos conseguido e abriu o marcador: canto batido na direita, De Gea falhou a saída dos postes e Kean Bryan desviou de cabeça para dentro da baliza (23′). O último classificado aproveitava o grande trunfo que tem, as bolas paradas, e colocava-se em vantagem em Old Trafford.

O Sheffield ficou muito perto de aumentar a vantagem logo depois, com McGoldrick a atrapalhar-se quando já só tinha De Gea pela frente (27′), e o Manchester United viu o golo do empate ser anulado por falta ofensiva de Maguire, que terá incomodado o guarda-redes Ramsdale o suficiente para este deixar a bola para Martial, que encostou para a baliza (30′). Os últimos instantes da primeira parte foram de maior pressão da equipa de Solskjaer, que passou mais tempo no último terço adversário e permitiu menos espaço ao Sheffield, mas a verdade é que não existiu qualquer ocasião que deixasse o resultado próximo do empate. O United chegava ao intervalo a perder com o último classificado — que acabava uma primeira parte em vantagem pela primeira vez esta temporada — e a realizar uma exibição muito pobre, sem qualquer criatividade e com especial foco na falta de inspiração de Pogba.

Solskjaer não fez alterações ao intervalo mas o Manchester United voltou com mais intensidade e velocidade, apesar de não ter grande clarividência na hora da finalização. O Sheffield foi o primeiro a mexer, com o treinador Chris Wilder a tirar Bryan, o marcador do golo, para lançar Bogle, e os red devils conseguiram desmontar pela primeira vez a defesa adversária a meio da segunda parte. Alex Telles bateu um canto na esquerda e Maguire, com uma excelente desmarcação de trás para a frente, cabeceou certeiro para empatar (64′). O central inglês, nascido e criado em Sheffield e antigo jogador do clube adversário, não festejou.

Alcançado o empate, Solskjaer tirou Greenwood e lançou Cavani, com o uruguaio a ocupar a faixa central do ataque, Martial a tombar na esquerda e Rashford na direita. O vento que soprava em Old Trafford parecia empurrar as costas dos jogadores do Manchester United, que se viam agora com tudo para dar a volta ao resultado quando faltavam cerca de 25 minutos para o final. O destino, porém, estava virado para o outro lado. Num lance de uma passividade inacreditável, os red devils permitiram que o Sheffield trocasse a bola nas imediações da grande área numa insistência, não pressionaram, não encurtaram espaços e não intercetaram passes. O Sheffield entrou na área e Oliver Burke, que entretanto tinha entrado para o lugar de Billy Sharp, teve tempo e tranquilidade para rematar, beneficiar de um desvio em Tuanzebe e bater De Gea (74′).

Luke Shaw e Van de Beek entraram a menos de dez minutos do fim mas já nada mudou. O Manchester United não conseguiu reverter uma exibição muito apagada, das piores da temporada, e perdeu para a Premier League pela primeira vez em 14 jogos — e logo em Old Trafford e com o último classificado, que esta época ainda só tinha vencido o Newcastle. Com este resultado e na antecâmara de uma deslocação sempre difícil a Londres para defrontar o Arsenal, no próximo sábado, a equipa de Bruno Fernandes deixou o Manchester City isolado na liderança da classificação, com mais um ponto, e tem agora o Leicester a morder-lhe os calcanhares logo na terceira posição.

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