Marta Temido até considera que é “encorajador” a diminuição do número novos casos de Covid-19 nos últimos dias, mas a ministra da Saúde, em conferência de imprensa, avisou que “esta semana será ainda de muita pressão nos internamentos de enfermaria” e que “as próximas duas semanas serão muito difíceis ao nível dos cuidados intensivos“.
O número de casos tem, de facto, descido, desde que atingiu o pico de 16.432 infeções confirmadas na passada quinta-feira (28 de janeiro). Desde então, houve 13.200 casos na sexta, 12.435 no sábado, 9.498 no domingo e agora 5.805 esta segunda-feira. Mas, apesar de considerar esta evolução “encorajadora”, a ministra tempera as expectativas, considerando que os números são ainda “muito elevados, nomeadamente em Lisboa e Vale do Tejo”.
A quebra nos números é habitual ao fim-de-semana, mas será necessário recuar cerca de dois meses (entre 27 de novembro e 1 de dezembro) para encontrar quatro descidas consecutivas, como por estes dias.
Com a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde a ser muito elevada neste momento — esta segunda-feira 94% das camas estavam ocupadas —, a ministra promete “alargar a capacidade instalada” no país, refere que o Governo vai procurar “melhor articulação entre os hospitais” e garante que tem “um plano para adotar outras soluções”, se necessário.
Portugal recebeu esta segunda-feira mais 86.500 vacinas
Depois de ter recebido 357 mil doses da vacina da Pfizer até domingo, Portugal recebeu mais 86.500 doses esta segunda-feira, de acordo com a ministra da Saúde. Da Moderna, chegaram até ao momento 19.200 doses, das quais 10.800 foram entregues este domingo. “Era para ter sido na semana passada, mas só se concretizou ontem”, precisou a ministra da Saúde. Já em relação à vacina da AstraZeneca (a terceira aprovada pela Agência Europeia do Medicamento), o Governo conta receber 200 mil vacinas a 9 e 19 de fevereiro, de um total contratualizado de 6,1 milhões de doses.
A ministra da Saúde adianta que há um total de 340 mil doses administradas no país, das quais 270 mil referentes à primeira dose e 70 mil à segunda dose. Com 3,3 doses da vacina contra a Covid-19 administradas por cada 100 pessoas, Portugal torna-se o sétimo país europeu com mais vacinas administradas. Os dados foram avançados pela ministra da Saúde e podem ser confirmados na plataforma Our World in Data, em que Malta se destaca como o estado-membro mais adiantado (e oitavo a nível mundial), com 6,3 doses por cada 100 pessoas. Portugal é ainda, neste momento, o 15º país neste indicador a nível mundial.
A ministra clarifica que Portugal só comunica os dados sobre vacinação ao Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças uma vez por semana, e que, por isso, os dados públicos sobre o andamento dos processos de vacinação estão muitas vezes desatualizados.
Esta semana, o processo de vacinação segue em lares que tinham surtos — que entretanto foram considerados extintos —, e continuará entre profissionais de saúde prioritários; pessoas com mais de 80 anos; mas também para quem tenha entre 50 e 79 anos e, ao mesmo tempo, uma das doenças graves consideradas de maior risco. No total, estes grupos representam 900 mil pessoas.