Os grupos privados do setor da Saúde, tal como se passa no SNS, estão divididos quanto à forma como devem proceder na primeira fase de vacinação contra a Covid. Um dia depois de o Observador ter noticiado que a Luz Saúde adotou a estratégia de vacinar todos os seus funcionários – incluindo administrações – no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, e no Hospital da Luz, em Lisboa, os restantes grandes grupos privados garantem que estão a cumprir, sem interpretações mais latas, as regras definidas no plano de vacinação definido pelo Governo.

Questionado pelo Observador, o grupo Lusíadas Saúde disse que “vacinou, até ao momento, 1.200 dos seus profissionais das unidades privadas, o que corresponde ao número de doses recebidas do Ministério da Saúde”.

“Sendo as vacinas do Ministério da Saúde, a Lusíadas está a administrá-las em conformidade com as regras definidas pelas task force. Por essa razão, nenhum membro da Administração do Grupo Lusíadas recebeu a vacina até ao momento”, assegura o grupo. As regras do Plano de Vacinação indicam que, nesta primeira fase, até finais de março, devem ser vacinados os profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados a doentes; utentes e funcionários dos lares de idosos e unidades de cuidados continuados, bem como maiores de 50 anos com algumas doenças graves associadas.

Esta regra deixa de fora, na interpretação da maioria dos hospitais do SNS e do privado, o pessoal de áreas não clínicas nestas unidades.

Também a CUF – grupo que esta quinta-feira recebeu a visita do primeiro-ministro, António Costa, e da ministra da Saúde, Marta Temido, no hospital CUF Tejo, em Lisboa – garante que “está a cumprir os critérios definidos” pelo Governo. Ou seja, sabe o Observador, não foram vacinados administradores das várias unidades ou do Grupo.

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“A CUF está a cumprir os critérios definidos no plano nacional de vacinação contra a Covid-19, tendo iniciado o processo de vacinação dos profissionais envolvidos na prestação direta de cuidados de saúde a doentes, de acordo com as funções consideradas como prioritárias pelas autoridades de saúde”, indicou fonte oficial do grupo agora liderado por Rui Diniz.

Assim, e até ao momento, a CUF “vacinou 1.900 dos cerca de 2.500 profissionais da CUF elegíveis como prioritários para a primeira fase da vacinação”. E isto foi feito desde 15 de janeiro, garante a CUF, “de acordo com as doses disponibilizadas pelas autoridades”.

O universo total de colaboradores da CUF ascende a mais de 5.500 pessoas. “A CUF tem vindo a tomar todas as diligências necessárias para que a vacinação seja alargada ao maior número de profissionais de saúde, em todos os seus hospitais, com a maior celeridade possível, assim que mais doses da vacina forem disponibilizadas”.