Um incêndio que deflagrou na noite de terça-feira na Ilha Deserta, em Faro, destruiu o único restaurante daquele local, confirmou à agência Lusa o comandante da Zona Marítima do Sul, Fernando Rocha Pacheco.

Uma informação também confirmada ao Observador pela proprietária do Restaurante Estaminé, Isabel Vicente, que descreve que foi pouco antes das 23h00 de terça-feira que recebeu o alerta. “Temos um sistema de videovigilância e a Securitas ligou-nos. Acedemos às câmaras e percebemos que havia muita luz, o que é pouco comum (…) imediatamente a energia foi abaixo e deixámos de ter câmaras”. Sem ter ainda a certeza do que se tratava, Isabel Vicente recebeu “cinco minutos depois” uma chamada de pescadores que viram o incêndio à distância e que confirmaram o pior.

“Ligámos logo para a polícia e para a Securitas”, adianta a proprietária, que justifica a demora na chegada da ajuda pelo facto de ser “uma ilha deserta, que não tem acesso de forma nenhuma”. Por isso mesmo, os bombeiros chegaram à localidade de barco, depois de terem sido mobilizados pela proteção civil.

O incêndio é visível até da parte de Olhão e de Faro, do lado de cá da Ria [Formosa]“, descreveu na noite desta terça-feira o comandante Rocha Pacheco à Lusa, numa altura em que o fogo ainda era de “grandes dimensões” e em que já existia a garantia de não haver “nada a salvar” no restaurante. Pelas 02h00 de quarta-feira o site da Proteção Civil já dava o incêndio como uma ocorrência “Em Conclusão”.

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Isabel Vicente fala de um momento “muito doloroso” e assinala que a história do restaurante “é a história de uma família que enterrou lá 30 anos de vida”. A dona do espaço vai aguardar pelo amanhecer para ver o que restou do Restaurante Estaminé: “Agora é arregaçar as mangas e começar do zero”.

Ainda se desconhecem as causas do incidente. O fogo começou no restaurante, que está em obras e que esteve, durante o dia, em trabalhos de manutenção, mas já não tinha ninguém no interior “desde as seis da tarde”, segundo adianta Isabel Vicente ao Observador.

O comandante Rocha Pacheco acrescentou à Lusa que não houve feridos, uma vez que é “uma ilha deserta, em abstrato, não tem lá ninguém”.