O ministro das Infraestruturas e Habitação apelou a Alfredo Casimiro que aceite as condições da TAP para continuar a emprestar dinheiro à Groundforce, que está com dificuldades em pagar os ordenados aos trabalhadores. “Não estamos interessados em tomar o controlo da empresa”, garantiu Pedro Nuno Santos: “Não queremos ficar com a Groundforce”.

O ministro explicou que, após ter adiantado dinheiro à Groundforce, a TAP fez uma exigência à Groundforce: caso não pagasse até 15 de março o que devia à companhia aérea, as ações da Pasogal, propriedade de Alfredo Casimiro que controla 50,1% da empresa, seriam executadas. O acionista não aceitou e propôs que a execução só ocorresse quando a Groundforce recebesse o empréstimo bancário em preparação nas Finanças.

A TAP aceitou as exigências de Alfredo Casimiro, o que alimentou a esperança num acordo entre as duas partes e com mediação do governo: “Achávamos nós que, fazendo esta cedência, podíamos desbloquear esta situação. A TAP estava acautelada, podíamos fazer a transferência”, descreveu Pedro Nuno Santos em conferência de imprensa esta quinta-feira.

O problema é que, afinal, Alfredo Casimiro só aceitava que as ações fossem penhoradas se mantivesse o controlo da Groundforce. “Se estamos disponíveis a executar a garantia após a entrada do financiamento, qual é a razão de temer a aceitação da exigência? Se a partir do momento em que ele entra na Groundforce, parte for usada para pagar a dívida à TAP, obviamente que a garantia deixaria de existir”, questionou o ministro.

Pedro Nuno Santos reiterou que “qualquer empresário entende que isto não é aceitável” e que “não se pode continuar a expor a TAP sem garantias que a protejam”: “A minha obrigação é proteger o interesse público e o dinheiro dos portugueses”, disse o ministro, atirando ainda que “é importante percebermos porque é que a Groundforce não aceita” as contrapartidas da companhia aérea. “Não podemos continuar a adiantar dinheiro sem garantias claras e firmes”, enunciou.

Segundo o ministro, neste momento a Groundforce está a dever 2,3 milhões de euros à TAP por adiantamentos referentes tanto a serviços que já foram prestados, como a outros que estão por prestar naquela empresa. Pedro Nuno Santos garante que o dinheiro foi emprestado de modo a pagar salários em atraso.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR