Portugal vai passar a administrar a vacina da AstraZeneca/Oxford a pessoas com mais de 65 anos de idade, anunciou a DGS em comunicado.

“A Direção-Geral da Saúde (DGS) atualiza hoje a Norma relativa à vacina contra a COVID-19 da AstraZeneca, de forma a permitir a sua utilização sem reservas a partir dos 18 anos, dada a sua segurança, qualidade e eficácia comprovadas, tal como foi aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos”, diz a DGS.

“Esta decisão tem suporte na divulgação de dados conhecidos nos últimos dias, que indicam que a vacina da AstraZeneca é eficaz em pessoas com mais de 65 anos”, acrescenta a nota.

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Quando foi aprovada pela União Europeia, no final de janeiro, a vacina da AstraZeneca veio com um alerta: não havia dados suficientes para comprovar a eficácia do produto em doentes acima dos 65 anos de idade.

Por isso, quando Portugal recebeu a primeira remessa, a DGS determinou que as doses da AstraZeneca seriam administradas apenas a pessoas com menos de 65 anos. Estas vacinas foram usadas em profissionais de serviços essenciais e, por exemplo, nos titulares de cargos políticos — o primeiro-ministro e vários membros do Governo receberam vacinas da AstraZeneca. Para os idosos, tem sido usada essencialmente a vacina da Pfizer (que representa 81% das vacinas usadas em Portugal) e também a da Moderna.

Mais recentemente, porém, o consenso científico tem-se alargado no sentido de comprovar a eficácia daquela vacina também em pessoas acima dos 65 anos. A OMS emitiu uma recomendação nesse sentido no mês passado — e a DGS alarga agora também em Portugal o universo de pessoas que podem receber aquela vacina.

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“Os novos estudos conhecidos mostraram agora, com base em metodologias científicas robustas, que a vacina da AstraZeneca é eficaz em indivíduos com 70 ou mais anos, quer na prevenção da COVID-19, quer na redução das hospitalizações por esta doença, reforçando os dados iniciais de que esta vacina é capaz de produzir anticorpos eficazes no combate à infeção por SARS-CoV-2, mesmo em pessoas mais velhas”, sublinha a DGS.

O organismo explica que, neste sentido, será atualizada a norma que regula a administração da vacina da AstraZeneca em Portugal. “Desta forma, passa a ser promovida a utilização desta vacina a partir dos 18 anos, sem reservas.”

Professores e funcionários de escolas incluídos na primeira fase de vacinação

O comunicado enviado pela DGS traz ainda outra novidade: os professores e os funcionários das escolas vão ser incluídos no grupo prioritário a ser vacinado ainda durante a primeira fase.

“No âmbito da resiliência do Estado, serão também vacinados o pessoal docente e não docente dos estabelecimentos de ensino e educação e das respostas sociais de apoio à infância dos setores público, privado e social e cooperativo, de acordo com o plano logístico que será implementado”, diz a nota da DGS.

A inclusão dos professores e dos funcionários das escolas no grupo prioritário para a vacinação tem vindo a ser reivindicada pelo setor da educação, como método para tornar as escolas lugares mais seguros. No início do mês, a ministra da Saúde, Marta Temido, já tinha admitido a possibilidade de incluir os professores na primeira fase.

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Pessoas com trissomia 21 também passam a ser consideradas prioritárias

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, já o tinha afiançado no início de março, respondendo a um apelo lançado em dezembro do ano passado. Agora, o comunicado da DGS confirma-o formalmente: as pessoas portadoras de trissomia 21 vão ser incluídas na primeira fase de vacinação.

“Para além da atualização das recomendações relativas à vacina da AstraZeneca é também atualizada a norma 2/2021, com a atualização dos grupos prioritários. São incluídas na fase 1 as pessoas com trissomia 21, pelo risco acrescido de evolução para COVID-19 grave”, diz a DGS.

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