A UGT congratulou-se esta sexta-feira com as novas medidas anunciadas pelo Governo para apoiar as empresas e salvaguardar o emprego, mas defendeu a necessidade de apoios específicos para os trabalhadores, como a prorrogação das moratórias à habitação.

O prolongamento e o alargamento das medidas de apoio às empresas como salvaguarda dos postos de trabalho é sempre positivo. Mas não há uma palavra para os trabalhadores“, disse à agência Lusa o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, referindo a necessidade de serem prorrogadas as moratórias aos empréstimos para habitação.

Para Carlos Silva, esta não é uma questão para ser resolvida diretamente com os bancos, por isso a UGT já pediu a intervenção do ministro da Economia.

O Governo tem que ter sensibilidade para esta questão, porque quando as moratórias começarem a cair os trabalhadores não vão ter capacidade para resolver a situação. Por isso, enviámos esta sexta-feira um ofício ao ministro da Economia para ver se existem condições para apoiar as pessoas quando tal acontecer”, afirmou.

No entanto, o sindicalista considerou que “todas as medidas são importantes e positivas” e reconheceu que várias das medidas anunciadas pelo Governo correspondem a reivindicações que a UGT tem apresentado na concertação social. É o caso da proibição de despedimentos nos 90 dias seguintes ao fim do layoff simplificado, limite que até agora era de 60 dias.

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Os 60 dias são muito pouco, nós defendemos na concertação social que este prazo fosse de seis meses. Mas este aumento para 90 dias é um sinal positivo do Governo”, disse.

Carlos Silva considerou ainda positivo o alargamento do layoff simplificado aos sócios-gerentes e os apoios específicos para o turismo e a restauração, “que têm sido particularmente afetados” pela pandemia. O Governo anunciou um conjunto de novos apoios às empresas para mitigar o impacto da pandemia de Covid-19 e o alargamento de alguns que estão em vigor.

Entre as novidades está o facto de as empresas de turismo e cultura com quebras de faturação superiores a 75% passarem a ter um regime especial no apoio à retoma que permitirá a isenção da Taxa Social Única (TSU).

A propósito desta medida, a UGT enviou uma carta à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, exigindo respeito pelo princípio da equidade e defendendo que os trabalhadores também devem beneficiar de alguma isenção, redução ou suspensão da Taxa Social Única (TSU), à semelhança do que acontece com as empresas.