O ministro da Saúde do Equador, Rodolfo Fardan, apresentou a demissão após 19 dias no governo. Fardan tinha assumido o cargo a 1 de março, substituindo Juan Carlos Zevallos, que se demitiu no final de fevereiro por estar envolvido numa investigação relacionada com a utilização indevida de vacinadas contra a Covid-19.

Zevallos é suspeito de ter sido imunizado com as sobras das vacinas de um lar para idosos onde a mãe reside. Na carta de demissão dirigida ao Presidente do Equador, justificou a saída com a “situação política atual” e a necessidade de dar continuidade ao plano nacional de vacinação contra a Covid-19. Na altura, a Assembleia Nacional discutiu a possibilidade de avançar com um impeachment contra o ex-ministro por má gestão da pandemia e “um processo de vacinação pobre”.

Já Fardan apresentou a demissão durante o fim de semana, após buscas realizadas no Ministério da Saúde e num hospital em Quito, a capital do país, alegando motivos de ordem estritamente pessoal, refere a Al Jazeera. O ministro demissionário não está, por enquanto, envolvido na investigação, garante a Reuters.

Acusações de utilização de vacinas por quem não tinha acesso a elas têm causado crises políticas em vários países da América do Sul, como Peru ou Argentina, lembra a agência de notícias. No Equador, têm surgido acusações de que políticos, académicos, jornalistas e outras pessoas tiveram acesso a vacinas que eram destinadas a profissionais de saúde na linha da frente e a residentes de lares de terceira idade.

De acordo com os dados do governo do Equador, citados pela Reuters, já foram vacinadas mais de 120 mil pessoas no país. Os números da Organização Mundial de Saúde (OMS) são menores — segundo o organismo, até 19 de março, foram imunizadas 141.191 cidadãos. Até 3 de janeiro, o Equador reportou à OMS 310.868 casos de Covid-19 e 16.435 mortes provocadas pela doença.

Os responsáveis equatorianos estimam que seja possível vacinar 60% da população com mais de 18 anos até ao final do ano.

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