O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, saudou esta sexta-feira a adoção pela Comissão Europeia do programa Erasmus+, comprometendo-se com a adoção formal do regulamento e anunciando o lançamento oficial a 18 de junho, em Viana do Castelo.

Portugal congratula-se pelo facto de a Comissão Europeia ter adotado o primeiro programa de trabalho anual do Erasmus+, programa da União para os setores da educação e formação, da juventude e do desporto (2021-2027)”, afirmou o ministro numa nota enviada à Lusa.

Tiago Brandão Rodrigues congratula-se igualmente pelo “lançamento dos primeiros convites à apresentação de candidaturas no âmbito do novo programa”, salientando que ele “envolverá para o período de sete anos uma verba de mais de 28 mil milhões de euros para financiar projetos de mobilidade para fins de aprendizagem e de cooperação transnacionais, abrangendo dez milhões de cidadãos europeus de todas as idades e origens”.

Na qualidade de presidência portuguesa da Conselho da União Europeia, Portugal está a desenvolver esforços com vista à adoção formal do regulamento do Erasmus+, prevendo-se o lançamento europeu do novo programa, a 18 de junho, em Viana do Castelo”, acrescentou.

A Comissão Europeia lançou na quinta-feira oficialmente o novo programa Erasmus+, dotado de 26,2 mil milhões de euros e que ambiciona ser mais inclusivo e apoiar a transição verde e digital da União Europeia (UE).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Existem poucos programas tão emblemáticos como este: no último Eurobarómetro, os cidadãos europeus classificaram-no como sendo o resultado mais positivo da UE após a livre circulação e a paz. É, portanto, simbólico que o Erasmus+ seja um dos primeiros programas que a Comissão lança no âmbito do novo Quadro Financeiro Plurianual”, afirmou, em conferência de imprensa, a comissária para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel.

Bruxelas lança novo programa Erasmus+ que quer apoiar transição verde e digital

Dotado de 26,2 mil milhões de euros, o programa Erasmus+ para 2021-2027 vê o seu valor ser quase duplicado relativamente ao período entre 2014 e 2020, em que tinha sido financiado com 14,7 mil milhões de euros.

Com este orçamento reforçado, o programa de intercâmbio para estudantes continua a oferecer “oportunidades para períodos de estudo no estrangeiro, estágios, aprendizagens e intercâmbios” a “estudantes do ensino secundário, superior, ensino e formação profissional e aprendentes adultos”, mas pretende ser “novo e reformulado” relativamente aos anteriores, ao incluir uma vertente ecológica e digital, e ao procurar ser mais inclusivo.

No que se refere à necessidade de aliar o Erasmus+ à transição digital que o executivo comunitário identificou como uma prioridade, Mariya Gabriel frisou que o programa irá ter um “papel essencial” na “preparação dos indivíduos e das organizações” para essa transição, contribuindo para “apoiar as competências dos professores, formadores e estudantes de todas as idades, para que façam uma utilização inteligente e responsável das ferramentas digitais”.

De maneira também a favorecer o Pacto Verde Europeu — que prevê que a UE atinja a neutralidade carbónica em 2050 -, o Erasmus+ também irá ajudar a transição ‘verde’ do bloco, oferecendo “incentivos financeiros aos participantes para que utilizem meios de transporte duráveis, como o comboio” e investindo em projetos que visem sensibilizar para a proteção do ambiente.

Lançado pela primeira vez em 1987, o programa Erasmus tornou-se Erasmus+ em 2014 de maneira a cobrir novos campos de atividade, como a formação profissional, educação de adultos ou intercâmbio de jovens, animadores de juventude e treinadores desportivos.

Além da oferta de oportunidades de estudo ou de estágio no estrangeiro, o programa investe também em projeto de cooperação transfronteiriças, nomeadamente entre universidades, estabelecimentos de ensino ou organizações de juventude e desportivas.

Segundo a Comissão Europeia, nas últimas três décadas, “mais de dez milhões” de europeus participaram no programa onde, além dos 27 países da UE, participam também a Islândia, Liechtenstein, Macedónia do Norte, Noruega, Sérvia e Turquia.