O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e o primeiro-ministro, António Costa, estiveram esta sexta-feira presentes no velório do antigo dirigente e ministro socialista Jorge Coelho.

Jorge Coelho, que atualmente se dedicava à atividade empresarial e que estava há vários anos afastado da vida política ativa, morreu na quarta-feira, aos 66 anos, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, vítima de ataque cardíaco fulminante.

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Pelo velório de Jorge Coelho, na Basílica da Estrela, em Lisboa, além de cerca de uma centena de atuais e ex-dirigentes do PS e de alguns destacados membros do PSD, marcaram presença o antigo chefe de Estado Ramalho Eanes, assim como figuras de diversos setores de atividade, como o presidente da Mota-Engil, António Mota, o grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, Fernando Lima, ou os presidentes do Sporting e do Benfica, respetivamente Frederico Varandas e Luís Filipe Vieira.

Em breves declarações aos jornalistas, o Presidente da República afirmou que a morte de Jorge Coelho lhe causa “saudade pessoal, saudade também pelo reconhecimento daquilo que significou na vida pública portuguesa, em vários momentos, durante 20 anos”.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se em particular à decisão de Jorge Coelho de pedir a demissão do cargo de ministro da Presidência e do Equipamento Social, no segundo Governo de António Guterres, em 2001, na sequência da tragédia motivada pela queda da ponte de Entre-os-Rios.

“É tão raro um gesto desses desprendido, imediato, em cima da hora, que valoriza, enriquece, enobrece a democracia”, sustentou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou depois que o antigo ministro socialista “era um homem que intuía aquilo que era o sentir popular”. “Era aberto, era combativo, era polémico muitas vezes, mas era afável. Tinha essa intuição única que o fazia ser influente sem nunca querer ser o primeiro. Mas a marca fundamental para a história da democracia é essa: Alguém assumiu em plenitude uma responsabilidade política e administrativa por uma tragédia como foi a de Entre-os-Rios”, reforçou.

Momentos antes, também em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro disse que foi “comovente ver como transversalmente”, em termos políticos, Jorge Coelho “gerou tantas amizades, tanto carinho, tanta compreensão e tanto reconhecimento a todos os níveis”.

“Reconhecimento em todos os níveis: Na política, no meio empresarial, na sua terra [Mangualde] que ele tanto gostava e à qual tanto se dedicou. Por onde Jorge Coelho passava tinha uma capacidade única de gerar empatia, amizade, o que é muito bonito”, salientou António Costa.

Pela parte do PSD, o presidente do Conselho Nacional, Paulo Mota Pinto, apresentou as condolências ao PS e à família de Jorge Coelho e, perante os jornalistas, afirmou que o antigo ministro socialista, ao longo da sua vida, “foi sempre um adversário leal, com quem era fácil dialogar”. “A sua morte chocou-nos, deixou-nos tristes. Jorge Coelho esteve na política servindo a causa pública. Sabemos reconhecer o contributo que ele deu”, declarou Paulo Mota Pinto.

No velório de Jorge Coelho, estiveram as mais altas figuras da atual direção do PS. Além de António Costa, passaram pela Basílica da Estrela o secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, a líder parlamentar, Ana Catarina Mendes, a vice-presidente da Assembleia da República, Edite Estrela, membros do Secretariado Nacional como Maria da Luz Rosinha, Porfírio Silva, Pedro Cegonho, José Apolinário e Luís Patrão.

Da parte do Governo, destaque para os ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do Planeamento, Nelson de Sousa, da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, também líder da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS.

Estiveram também na Basílica da Estrela deputados socialistas como Marcos Perestrello, Jorge Lacão, João Azevedo e Paulo Pisco, bem como ex-dirigentes do PS como Miguel Laranjeiro, João Soares, Joaquim Raposo e Rui Pereira.

De realçar, ainda, presenças dos presidentes das Câmaras de Sintra, Basílio Horta, e de Oeiras, Isaltino Morais, e o antigo ministro e secretário-geral do PSD Miguel Relvas. Para sábado, pelas 08h30, está marcada uma missa em memória de Jorge Coelho na Basílica da Estrela, de onde sairá o cortejo fúnebre para Mangualde, onde será o funeral.