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O ídolo parou o mágico. Perdão, Bielsa parou Guardiola. E o Manchester City perdeu em casa com o Leeds

Este artigo tem mais de 3 anos

O Leeds começou a ganhar, jogou toda a segunda parte com 10, o Man. City empatou perto do fim mas Dallas gelou o Etihad nos descontos (1-2). No fim, o ídolo Bielsa ganhou ao mágico Guardiola.

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Stuart Dallas fez os dois golos que deram a vitória ao Leeds em casa do Man. City

AFP via Getty Images

Stuart Dallas fez os dois golos que deram a vitória ao Leeds em casa do Man. City

AFP via Getty Images

Defrontar um ídolo nunca é simples. Nem que seja porque, muitas vezes, construímos ideias algo fictícias desse mesmo ídolo — ideias que não correspondem à verdade e que, quando confrontadas com a realidade, acabam por provocar uma desilusão. Nada disso, porém, aconteceu a Pep Guardiola. O treinador catalão de 50 anos, que ao longo de Barcelona, Bayern Munique e Manchester City é um dos mais bem sucedidos do século XXI, nunca escondeu a admiração que sente por Marcelo Bielsa. Este sábado, voltava a defrontar o argentino. E voltava a reiterar toda a inspiração que retirou do trabalho de “El Loco”.

“Ele é, provavelmente, a pessoa que mais admiro no futebol mundial, como treinador e como pessoa. Penso que é o treinador mais autêntico e único em termos da forma como conduz as suas equipas. Vê-las jogas é sempre uma alegria. São honestas, querem sempre atacar e produzir bom futebol para os espectadores. O valor do treinador não depende da quantidade de títulos que ganha. Se lhe dessem um Manchester City, cuidado… As minhas equipas ganharam mais títulos do que ele, mas em termos de conhecimento do jogo, eu ainda estou abaixo dele”, disse Guardiola na antecâmara da receção ao Leeds, em declarações que acabaram por despoletar uma resposta à medida por parte de Bielsa.

“Interpretar as decisões inovadoras que ele incorpora num jogo já é uma forma de me apaixonar pelo futebol. É um homem mágico, o que ele sabe fazer é extremamente difícil para eu tentar e já desisti. Mas já desisti pela admiração genuína que tenho pelo que ele faz. O maior elogio é ter conseguido, através de um grupo de jogadores, aproximar o jogo que eles alcançam daquilo que o futebol, como desporto, pode gerar. Todos os desportos têm um potencial de beleza que é muito difícil de conseguir e muito mais difícil de conseguir numa proporção elevada”, atirou o argentino, que jogava pela primeira vez no Etihad desde que alcançou a promoção à Premier League ao serviço do Leeds.

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Ora, para o Manchester City, o jogo deste sábado ficava mesmo no meio da eliminatória europeia contra o Borussia Dortmund, nos quartos de final da Liga dos Campeões. Os citizens venceram em casa na primeira mão, ao longo da semana, e vão jogar na Alemanha na próxima quarta-feira: o que significava que Guardiola, pegando nos 14 pontos de vantagem que tem para o Manchester United na liderança da Premier League, tinha toda a margem de manobra para poupar os habituais titulares e tê-los perfeitamente descansados no jogo europeu. Assim, Kyle Walker, Rúben Dias, Gündoğan, Rodri, De Bruyne, Mahrez e Phil Foden começavam todos no banco, enquanto que Nathan Aké, Mendy, Zinchenko, Ferran Torres e Gabriel Jesus eram todos titulares. Bernardo Silva e João Cancelo também começavam de início, assim como Sterling e Fernandinho, e o Leeds atuava com Hélder Costa e o ex-Sporting Raphinha no onze, já que Jack Harrison não podia jogar por fazer parte dos quadros do City.

Numa primeira parte interessante, o Manchester City foi sempre superior mas tinha alguma dificuldade em entrar na grande área do Leeds. A equipa de Marcelo Bielsa oferecia todo o corredor central, por onde Fernandinho e até John Stones avançavam praticamente sem oposição, mas depois formava uma armada difícil de ultrapassar à frente da baliza de Meslier. Sterling teve a primeira ocasião mais perigosa, com um remate cruzado que o guarda-redes do Leeds defendeu (19′), e Fernandinho obrigou Meslier a outra intervenção apertada depois de uma assistência de Stones (31′). O médio brasileiro, aliás, foi mesmo o melhor elemento dos citizens durante o primeiro tempo: com Zinchenko a jogar a médio e a assumir as tarefas mais defensivas daquele setor, Fernandinho tinha mais liberdade para aparecer junto à grande área e desequilibrar, como fez na melhor ocasião da equipa até ao intervalo, quando passou por dois adversários com a bola controlada e assistiu Sterling, que atirou ao lado (38′).

Já perto do final da primeira parte, porém, o Leeds demonstrou a eficácia que o Manchester City não mostrou ao longo de 45 minutos e abriu o marcador na primeira vez em que se aproximou da baliza de Ederson, já que tinha sido praticamente inofensivo em termos atacantes até então. Hélder Costa recebeu um passe longo na esquerda, bateu João Cancelo na receção e no um para um e colocou na grande área; Bamford, canhoto, decidiu oferecer o golo a Stuart Dallas e o médio rematou rasteiro para marcar (42′). Ainda antes do intervalo, de forma inexplicável e despropositada, Liam Cooper viu o cartão vermelho direto depois de uma entrada muito dura sobre Gabriel Jesus e deixou o Leeds reduzido a dez unidades com uma segunda parte inteira por disputar.

Nenhum dos treinadores fez substituições no arranque do segundo tempo — Bielsa tirou Bamford para lançar Struijk assim que Cooper foi expulso — mas Guardiola mexeu na equipa em termos táticos. Mendy, até então lateral esquerdo, subiu no terreno e permitiu a Sterling passar a atuar no centro do ataque, junto a Gabriel Jesus; Aké passou a fechar na esquerda da defesa e o City começou a defender com uma linha de três apoiada por Fernandinho, que com bola continuava no meio-campo mas sem bola recuava para ficar ao lado de Stones.

Zinchenko teve a primeira oportunidade da segunda parte, com um remate muito forte de fora de área que Meslier parou (53′), e o Manchester City foi naturalmente asfixiando o Leeds à medida que o tempo passava. A equipa de Bielsa tentava não recuar por inteiro e pressionava alto, com a intenção de aproveitar um eventual erro e soltar o contra-ataque, mas não deixava de estar a jogar com menos um — o que significava que um elemento ficava sempre solto e que os citizens, no meio-campo adversário, conseguiam rendilhar as jogadas até chegar a zonas de finalização. Com o avançar do relógio, Guardiola mexeu pela primeira vez à hora de jogo e lançou Gündoğan, o melhor marcador da equipa, para o lugar de Aké, passando Zinchenko a assumir a esquerda da defesa.

Manchester City v Leeds United - Premier League

Fernandinho foi o melhor jogador do Manchester City durante a primeira parte

Bernardo ficou muito perto do empate, com um remate ao lado já em cima da pequena área (61′), e a última meia-hora da partida foi totalmente dominada pelo Manchester City, com o jogo a desenrolar-se apenas nos últimos 30 metros do meio-campo do Leeds. Foden entrou a 15 minutos do fim, para o lugar de Mendy, e a equipa de Guardiola acabou por conseguir chegar ao golo: Bernardo recebeu de Fernandinho na grande área e assistiu Ferran Torres, que atirou para bater Meslier (76′). Ainda assim, e apesar do empate, o Leeds recusou-se a defender simplesmente o ponto e esticou a equipa, correndo o risco de sofrer o segundo golo mas procurando a profundidade nas costas da defesa do City para chegar à surpresa — a surpresa que apareceu já nos descontos.

Já depois de Raphinha desperdiçar uma enorme oportunidade na cara de Ederson (86′), Stuart Dallas bisou e deu a vitória ao Leeds: em contra-ataque, Alioski lançou um grande passe vertical e o médio norte-irlandês ganhou a Stones na velocidade para depois rematar rasteiro para dentro da baliza (90+1′). O Manchester City não perdia com o Leeds desde 2000/01, o Manchester City não perdia com uma equipa recém-promovida à Premier League desde fevereiro de 2007, com o Reading, e o Manchester City não perdia desde o início de março, somando seis vitórias consecutivas nesse período, podendo agora ver o Manchester United encurtar para 11 pontos a distância para a liderança. Com menos um jogador e com dois golos em dois remates enquadrados, o ídolo Bielsa parou o mágico Guardiola.

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