Milhares de norte-americanos podem ter de voltar às prisões depois de terem sido libertados em plena pandemia de Covid-19 por questões de segurança e saúde nos estabelecimentos prisionais. Kendrick Fulton, de 47 anos, esteve 17 anos atrás das grades por venda ilegal de drogas e foi um dos que deixou a prisão durante a pandemia. Depois disso, regressou à vida em Round Rock, no Texas, arranjou um trabalho e teme voltar para a cadeia.

Neste momento há cada vez mais pessoas vacinadas, o perigo começa a abrandar e, tendo em conta um parecer emitido a poucos dias de Trump deixar de ser Presidente dos EUA, milhares de pessoas que foram libertadas têm de regressar às prisões. Segundo a Reuters, já houve pedidos para que Joe Biden reverta a situação, mas até agora não há sinais dessa alteração.

Um pouco por todo o mundo houve libertação de presos durante a pandemia para travar a possibilidade de surtos nos interiores das prisões, que podiam afetar reclusos e funcionários. Desta forma, os presos com penas mais leves ou com quase a totalidade da pena cumprida — os critérios foram diferentes de país para país — foram libertados. No fim da emergência, o diploma refere que o departamento de justiça deve chamar de volta os presos que saíram das prisões para cumprirem a restante pena.

Kendrick Fulton lembrou que, no tempo em que esteve livre, já fez uma cirurgia ao joelho, conseguiu um trabalho e recuperou parte da vida. “As palavras não podem expressar como me sinto por estar em casa 11 anos antes, ter conseguido um emprego ou uma conta bancária”, afirmou. Depois de ter estado preso mais de 17 anos, Fulton questiona se faz sentido voltar para “mais 11 anos” em que “simplesmente não vai fazer nada”.

Os grupos que defendem uma reforma da justiça criminal consideram que se esta medida não for revertida serão destruídas milhares de vidas de pessoas que representam um baixo risco para a segurança pública e que já conseguiram empregos, um regresso aos estudos e uma reintegração na sociedade.

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