Mais de três quartos das empresas pretende manter o número de trabalhadores até ao final de setembro, sendo mais as que equacionam aumentar do que as que pretendem reduzir postos de trabalho, segundo um inquérito apresentado esta segunda-feira pela CIP.

Este é um dos resultados do 16.º inquérito realizado no âmbito do projeto “Sinais Vitais”, desenvolvido pela CIP, em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, que conta com uma amostra de 397 empresas, das quais 46% do setor da indústria e energia, 24% de outros serviços, 13% do comércio e 2% da alojamento e restauração.

O estudo mostra que, a par dos 78% de empresas que apontam para uma manutenção, há 13% que esperam aumentar o número de trabalhadores, por comparação com o universo de postos de trabalho que registavam em 1 de junho, enquanto 9% apontam para uma redução.

Em termos gerais, os 13% de empresas que pretendem aumentar o número de trabalhadores apontam para um reforço de 12% dos recursos humanos, enquanto os 9% que preveem reduções, esperam diminuir em cerca de um quinto (21%) os postos de trabalho.

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“Em todas as empresas — Grandes, Médias, Pequenas e Micro – existe uma expetativa de manutenção do número de postos de trabalho e um maior número de empresas que espera aumentar, face às que esperam diminuir”, assinala o estudo, indicando, porém, que as empresas de maior dimensão revelam intenções de despedir e contratar acima da média geral.

Assim, entre as grandes empresas, 20% revelaram expectativas de redução de postos de trabalho no período considerado enquanto 28% esperam aumentar. Entre as microempresas, 9% têm planos para reduzir e 8% para aumentar, enquanto as que preveem manter os postos de trabalho são 83% — superando a média geral.

Ainda no domínio das expectativas em relação ao 3.º trimestre (e tendo por comparação o trimestre homólogo de 2019), o estudo mostra que 41% das empresas aponta para um aumento das vendas e da prestação de serviços, enquanto 33% espera uma manutenção e 29% se revela mais pessimista, indicando uma redução.

Também neste indicador, os valores variam se se tiver em conta a dimensão das empresas, com o estudo a mostrar que são as microempresas que estão mais pessimistas, com 47% a esperarem quebras na atividade e apenas 20% a considerarem que este 3.º trimestre lhes trará um aumento de vendas e de prestação de serviços face ao registado no mesmo período de 2019 (antes da pandemia).

Relativamente às previsões de evolução do investimento em 2021 face a 2019, a média geral revela que quase metade das empresas (48%) aponta para uma manutenção, enquanto 30% espera uma redução e 22% um reforço. Por dimensão, são as médias e pequenas empresas que esperam uma evolução do investimento mais otimista com 31% e 27%, respetivamente, a admitirem aumentá-lo. Do lado das grandes empresas, o estudo destaca o facto de as que pensam aumentar o investimento ter passado de 27% em maio (no barómetro anterior) para 20% em junho.

Questionadas sobre quando é que esperam que a atividade empresarial do setor onde se inserem possa atingir um nível económico semelhante ao registado antes da pandemia, 18% acreditam que tal acontecerá até ao final deste ano (no inquérito anterior eram 24%), 41% apontam para 2022 e 18% estimam que tal apenas ocorra em 2023.