Willy Sagnol, ex-internacional francês e antigo jogador do Bayer Munique, não poupou nas palavras quando analisou o empate da sua França frente à Hungria, na segunda jornada do Grupo F do Euro 2020.

O atual selecionador da Geórgia, que conta com 58 jogos ao serviço da equipa principal dos bleus, acredita que o mau resultado francês resulta sobretudo de um problema de atitude por parte dos jogadores. “Desde o início que há uma mentalidade muito clara: temos sido muito arrogantes. E não fizemos tudo o que era necessário, sobretudo quando não tínhamos a bola, mas é uma análise válida também para o ataque. Confiámos demasiado. Talvez os jogadores tenham ouvido em demasia a imprensa depois da vitória contra a Alemanha. É arrogante pensar que o talento sozinho vai fazer a diferença, mas o futebol moderno não é apenas isso. Faltou-nos intensidade e não creio que tenha sido pelo claro, nem uma questão física, pelo que vi frente à Alemanha”, frisou Sagnol em declarações ao L’Equipe.

O antigo lateral direito, vencedor de uma Liga dos Campeões e vários outros títulos na Alemanha e em França, destaca as dificuldades que a equipa francesa sente aquando de confrontos com equipas teoricamente inferiores, ou que jogam mais atrás. “Desde há vários anos que acho que a França está mais confortável contra grandes seleções. Quando jogamos com grandes rivais, há uma batalha tática em que nos saímos melhor. Não soubemos resolver a questão da agressividade contra a Hungria e temos de aprender a gerir essas situações”, acrescentou o atual treinador de 44 anos.

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“Houve problemas na defesa. Varane estava sem pernas. Talvez seja do calor ou sequelas do grande jogo que fez frente à Alemanha. A seleção defendeu mal em várias ocasiões e defendemos como atacámos, sem compromisso. Devíamos ter dado mais em ambos os lados do campo”, destacou.

Sagnol destaca ainda o facto de “no primeiro quarto de hora de jogo dava a impressão de que estava sempre um jogador francês no chão”. “Essa atitude deu energia à Hungria, que se sentiu mais confortável nas disputas. No golo deles faltou concentração. A agressividade dos húngaros no início do jogo vai permitir a Portugal tirar algumas conclusões“, frisou.

A França, campeã mundial em título, e Portugal, campeão europeu e vencedor da Liga das Nações, jogam na última jornada do Grupo F, na Puskás Aréna, em Budapeste. O encontro é decisivo para as hostes portuguesas, principalmente depois da pesada derrota frente à Alemanha, em Munique, por 4-2.

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