Alguns especialistas já o fizeram, apesar de não haver dados publicados sobre a segurança de combinar duas vacinas contra a Covid-19 diferentes. Em causa está a necessidade de administrar uma dose de reforço, da Pfizer/BioNTech ou da Moderna, a quem recebeu a vacina de toma única da Johnson & Johnson. Esta necessidade está a ser avaliada por especialistas em doenças infecciosas norte-americanos devido ao aumento da prevalência da variante Delta, escreve a agência Reuters.

Mais infecciosa e detetada pela primeira vez na Índia, esta estirpe B.1.617.2 circula amplamente em vários países e está associada a casos da doença mais graves — é já dominante em Portugal. E não há dados concretos sobre a resposta imunológica da vacina da Janssen contra a variante Delta. O mesmo não acontece com a Pfizer/BioNTech ou AstraZeneca: estudos no Reino Unido mostram que duas doses destas vacinas são significativamente mais protetoras contra a variante do que apenas uma.

Variante Delta já é dominante em Portugal. Na região de Lisboa é responsável por mais de 70% dos casos

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O Canadá e alguns países europeus já estão a permitir que as pessoas recebam duas doses de vacinas contra a Covid-19 diferentes. Jason Gallagher, especialista em doenças infecciosas da Faculdade de Farmácia da Universidade Temple, na Filadélfia, tomou recentemente uma dose da Pfizer, apesar de ter sido inoculada com a vacina da Janssen num ensaio clínico em novembro.

Embora a situação tenha melhorado muito nos Estados Unidos, a variante Delta está a espalhar-se e muito rapidamente. Parece-me um pouco mais preocupante em termos de reinfeções com vacinas de dose única. Então, dei o salto”, explicou.

Angela Rasmussen, investigadora da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, disse no Twitter que tomou uma dose da vacina da Pfizer esta semana após ter sido administrada com uma da Janssen em abril. E encorajou os americanos que receberam a vacina de toma única a falar com seus médicos sobre uma possível segunda injeção: “Se mora numa comunidade com vacinação geral baixa, sugiro fortemente que considere fazer isso”, disse no Twitter, segundo a agência Reuters.

O Centro de Controlo e Prevenção das Doenças dos Estados Unidos não recomenda reforços e esta semana alertou que não há provas significativas de diminuição da proteção da vacina da Janssen face à variante Delta. A Johnson & Johnson encontra-se a testar a resposta da sua vacina a esta nova estirpe.