A ideia de aproximar os Jogos Olímpicos dos jovens, inserida nas reformas da Agenda Olímpica 2020, contribuiu para a aposta em novas quatro modalidades em Tóquio2020, nomeadamente o surf, a escalada, o skate e o karaté.

Esta ideia de inovação repetir-se-á para Paris2024, na qual se repetem os três primeiros desportos e aos quais será acrescentado o breaking [break dance], deixando o karaté, nascido no Japão, de integrar o programa.

Além da igualdade de género, que será plena pela primeira vez em Paris2024 — no Japão as mulheres têm 48,8% das quotas —, os Jogos procuram ainda reduzir o número de eventos e atletas, pelo que os 11.092 competidores no Japão dão lugar a somente 10.500, dentro de três anos, e o número de medalhas de ouro vai passar de 339 para 329 em França.

Às 28 modalidades no Rio2016 foram acrescentados o surf, a escalada, o skate e o karaté por “representarem uma combinação de desportos bem estabelecidos e emergentes, com uma enorme popularidade no Japão e noutros países” e com “uma forte capacidade de atração entre os jovens“.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Originário de Okinawa, que pertencia à China imperial e atualmente faz parte do Japão, o karaté procurava a integração olímpica desde a década de 1970, estreando-se agora no Nippon Budokan, conhecido por ser a casa espiritual das artes marciais japonesas, especialmente o judo, que aqui se estreou no calendário dos Jogos, em 1964.

Kumité, com combates de três minutos em diversas categorias de peso, e kata, que valoriza a técnica no tatami — como força, rapidez e equilíbrio, em ações a solo, sem luta — são as duas disciplinas que atribuem medalhas. Na escalada, os atletas de ambos os sexos têm desafios em que testam a dificuldade, rapidez e a resistência, sendo que a medalha de ouro vai para quem tiver melhor desempenho no conjunto destes diferentes desafios.

Na velocidade, dois adversários tentam escalar uma parede de 15 metros de altura, colocada num ângulo de 95º, mais rápido do que seu oponente, em rotas idênticas.

No desafio da resistência, os competidores escalam o maior número possível de rotas fixas em quatro minutos, numa parede de 4,5 metros equipada com esteiras de segurança: os percursos variam em complexidade e os escaladores não podem praticar antecipadamente. Quanto à dificuldade, a ideia é, em seis minutos, tentar escalar o mais alto possível numa parede com mais de 15 metros: se um escalador cair, a altura alcançada é registada, pois não há nova subida.

O skate vai ter a vertente de rua e de parque, sendo a primeira disputada numa pista plana e repleta de obstáculos — escadas, elevações/declives, rampas, corrimões, muros… —, enquanto a segunda decorre numa estrutura em formato de piscina, valorizando-se a nota artística dos exercícios realizados. O grau de complexidade das manobras, a elevação, a velocidade, a ousadia e originalidade, bem como a qualidade de execução e composição da atuação são valorizados para a nota final

No surf a ideia é esperar pela onda ideal na qual se possa apresentar manobras inovadoras e progressivas, com os desportistas a apostar na variedade, velocidade, potencia e fluxo, num desempenho que premeia também o grau de dificuldade.

As soma das duas ondas mais pontuadas durante os 30 minutos de cada bateria fixam a nota de uma competição que principia com grupos de quatro/cinco oponentes e, depois, já mais próximo das medalhas, com eliminação em embates entre dois surfistas.

Esta modalidade depende muito das condições do mar, pois o estado das ondas, a direção e a força do vento, e o fluxo das marés desafiam a capacidade de adaptação dos praticantes. Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 vão ser disputados entre 23 de julho e 8 de agosto, depois de terem sido adiados em um ano, devido à pandemia de Covid-19.