O ex-presidente sul-africano Jacob Zuma, preso na África do Sul desde 8 de julho, vai ser autorizado a sair do estabelecimento prisional para acompanhar esta quinta-feira o funeral de um irmão.

Trata-se de um detido que cumpre uma sentença de curta duração e não existe risco de fuga, o pedido foi apresentado por motivos familiares e foi aprovado”, indicou o Departamento de Serviços Penitenciários através de um comunicado.

Na África do Sul os detidos beneficiam deste tipo de medidas e não são obrigados a vestir o uniforme de recluso fora do estabelecimento prisional, refere ainda o mesmo documento.

As cerimónias fúnebres de Michael Zuma que morreu aos 77 anos de doença vão decorrer em Nkandla, leste do país, onde o ex-presidente Jacob Zuma é muito popular.

Na África do Sul, os detidos são geralmente autorizados a acompanhar os funerais dos familiares mais próximos, um direito que foi recusado ao primeiro Presidente negro do país, Nelson Mandela, quando se encontrava preso durante o regime do Apartheid.

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Após nove anos no poder, Jacob Zuma foi deposto pelo Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder, em 2018, na sequência de uma série de escândalos de suborno durante a presidência.

Zuma foi condenado em junho a 15 meses de prisão por desacato ao Tribunal e depois de se ter recusado a responder aos investigadores.

O ex-presidente encontra-se preso desde o passado dia 08 de julho na prisão da cidade de Eastcourt situada a cerca de uma hora de carro da casa da família, na zona rural de Nkandla.

A prisão de Jacob Zuma desencadeou uma série de tumultos e pilhagens que provocaram pelo menos 276 mortos, de acordo com os números oficiais.

Zuma vai ainda responder perante a Justiça a seis acusações de fraude, corrupção e extorsão num caso ligado à compra de material militar, em 1999, a cinco empresas europeias, na altura em que ocupava o cargo de vice-presidente da África do Sul.