Foram denominadas as cheias do século, mas os habitantes das regiões afectadas dizem que não há memória do nível das águas subir tanto nos últimos 700 anos, com a Alemanha a figurar entre os países que mais sofreram com as chuvas torrenciais. O Governo ajudou como pôde – e a maior economia pode muito –, mas esteve longe de proporcionar a única ajuda às populações.

A maioria dos fabricantes de automóveis que disputam o mercado europeu também fez questão de estar presente neste momento e dar uma mão às populações mais necessitadas, as que habitam nos estados da Renânia do Norte-Vestfália e da Renânia-Palatinado.

A imprensa alemã realça o esforço de alguns dos construtores locais, com destaque para a BMW e para a Opel. A primeira doou 1,5 milhões de euros a várias organizações de emergência, entre bombeiros e apoio médico, deslocando ainda o pessoal de emergência das suas fábricas para ajudar nas regiões afectadas. A Opel optou por colocar à disposição dos que viram os seus carros arrastados pelas cheias um veículo da marca por um período de três semanas, bastando dirigir-se ao concessionário mais próximo.

Os fabricantes asiáticos também participaram neste esforço colectivo de reconstrução, com a sul-coreana Hyundai a colocar à disposição dos seus clientes que ficaram sem carro, veículos novos durante três meses. Solução similar adoptou a Mitsubishi, oferecendo um automóvel de aluguer por um período de quatro semanas, além de um desconto entre 20% e 25%, caso decidam adquirir um carro novo. A Nissan, pelo seu lado, põe um veículo à disposição dos seus clientes que ficaram sem carro, por um período limitado que não especifica.

As marcas norte-americanas também mostraram a sua solidariedade, com a Ford a doar 100.000 dólares, bem como vários furgões Transit e pick-up Ranger, à Cruz Vermelha. Os clientes da marca, que foram afectados pelas cheias, têm à disposição cerca de 150 veículos para manterem a desejável mobilidade. Elon Musk, em vias de inaugurar a sua Gigafactory em Berlim, colocou à disposição as suas empresas. Não a SpaceX, cujos veículos não são compatíveis com este tipo de catástrofes, mas a Tesla e a Starlink. A primeira abriu os Superchargers gratuitamente a todos os clientes que habitam nas áreas afectadas, enquanto a segunda posicionou inicialmente 12 dos seus satélites sobre a área da cheias, número que depois elevou para 35, de forma a poder garantir internet gratuita para todos, importante numa fase em que todas as telecomunicações estão em baixo.

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