Um representante do ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) recebeu, na passada quarta-feira, um membro do movimento cubano 11 de julho, que se dedica a alertar para o estado dos direitos humanos em Cuba. Nesse encontro, foi partilhada uma lista de detidos e prisioneiros políticos, compilada pela Conferência Cubana de Religiosas Religiosos (CONCUR).

Alberto Bruno Pérez, o membro do movimento 11 de julho, indicou ao Observador que a associação entregou a lista, mas ainda “não obteve qualquer resposta contra a situação de repressão dos dissidentes políticos em Cuba” por parte do MNE, que confirmou ao Observador o encontro.

Elaborada por bispos católicos cubanos, a CONCUR revelou nas suas redes sociais que não “podia fechar os olhos ou desviar o olhar” à situação dos dissidentes políticos em Cuba. “Ainda existem pessoas detidas à espera de julgamento, sob investigação e outras sancionados com penas muito severas”, assinala. A organização religiosa apela a que as pessoas detidas por motivos políticos sejam libertadas e que se “cumpra a legalidade” nos processos judiciais.

"En su mensaje a raíz de los acontecimientos del 11 de julio, los obispos cubanos nos invitaron a “ no cerrar los ojos o…

Posted by Vida Cristiana on Tuesday, August 3, 2021

Partilhada com o Observador, a lista elenca o nome de 787 dissidentes políticos — 361 estarão detidos e 42 estarão desaparecidos. 224 já terão sido libertados, mas “vivem com medo de poder ser novamente detidos a qualquer momento”, sublinha Alberto Bruno Pérez. 30 dos nomes dos presentes na listagem são ainda menores, sendo já considerados dissidentes pelo regime cubano, segundo o representante deste movimento.

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Após as manifestação do início de julho em várias cidades cubanas, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, apelou ao respeito pelo direito à manifestação em Cuba: “A posição de Portugal é muito simples: nós esperamos que a situação em Cuba evolua de forma positiva e que sejam respeitados os direitos das pessoas, entre os quais, do nosso ponto de vista, se inclui o direito a manifestações e reuniões pacíficas”.

Portugal pede a Cuba que respeite direito à manifestação

O ministro também pediu, na altura, o fim das sanções norte-americanas ao país, para tentar diminuir a crise económica.