O CDS-PP defende o reforço dos meios de vigilância a monumentos do património nacional, cultural, histórico ou urbano, “sempre que possível” com meios de videovigilância, conforme consta de um projeto de resolução dos centristas divulgado esta sexta-feira.

Numa recomendação ao Governo que o grupo parlamentar do CDS deu entrada na Assembleia da República e será discutido em setembro, os deputados centristas pedem que o executivo “tome as medidas necessárias com vista ao reforço dos meios de salvaguarda e vigilância, tanto do património nacional como do património cultural e histórico, urbano e outro“.

O CDS-PP defende ainda, “sempre que possível e seja adequado, que esse reforço seja efetuado através de meios de videovigilância”.

“Em Portugal são cada vez mais recorrentes os atos de vandalismo para com património monumental e cultural (edifícios, estátuas, entre outros), nomeadamente em meios urbanos. Infelizmente, de há uns anos a esta parte, é notória a motivação política, ideológica e/ou religiosa destes atos, cujos autores não medem as consequências culturais e históricas”, sustentam os centristas.

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Como exemplo dão a recente inscrição a ‘graffiti’ no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, e a pintura na estátua ao Padre António Vieira, em junho do ano passado, igualmente na capital, mas também “os ‘graffitis’ nas bases da Estátua aos Heróis do Ultramar, em Coimbra, da Estátua do Cónego Eduardo Melo, em Braga, ou da Estátua de Pedro Álvares Cabral, em Santarém, e até mesmo a Capelinha das Aparições, em Fátima”.

“A preocupação do CDS para com este tipo de atos não é de agora”, sublinham os centristas, recordando que em 2001 apresentaram um projeto de lei para o estabelecimento de “medidas de proteção do património urbano”, que foi rejeitado.

“O dano resultante deste tipo de atos assume grande relevo, condicionando decisivamente o quotidiano dos cidadãos. Não só pelo caráter avultado dos prejuízos materiais que provoca, como pela insegurança e falta de confiança que induz, atingindo normalmente equipamentos coletivos e de utilização pública”, argumentam.

O Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, foi vandalizado no domingo com um ‘graffiti’ numa das laterais do monumento, com uma extensão de cerca de 20 metros e escrito em inglês, disse à Lusa a Polícia de Segurança Pública (PSP).

Na mensagem, entretanto apagada, lia-se, em inglês, “Blindly sailing for monney [sic], humanity is drowning in a scarllet [sic] sea lia [sic]”, o que, numa tradução livre, pode ser lido em português como “Velejando cegamente por dinheiro, a humanidade afunda-se num mar escarlate”.

A Polícia Judiciária (PJ) identificou uma cidadã estrangeira como suspeita da autoria do ‘graffiti’.

Projetado pelo arquiteto Cottinelli Telmo, o Padrão dos Descobrimentos foi construído para a Exposição do Mundo Português, de 1940, mas foi refeito em betão armado e pedra rosal de Leiria, entre 1958 e 1960, tendo sido inaugurado em janeiro desse mesmo ano, no V Centenário da morte do Infante Dom Henrique.