Foi a lembrar que “aquilo que pertence à Justiça pertence à Justiça” que Marcelo Rebelo de Sousa começou por reagir à pergunta relacionada com os insultos de dezenas de manifestantes negacionistas a Ferro Rodrigues. “Portanto, não vou comentar”, diz o Presidente da República, acabando no entanto por deixar um comentário:

Tenho para mim que é bom que fique claro que há uma maioria esmagadora com uma orientação. E o facto de, por vezes, se hipervalorizar aquilo que existe em democracia — que são minorias — é uma forma de fazer o jogo das minorias“, disse aos jornalistas em Roma, onde participa no 16.º Encontro Informal de Chefes de Estado do Grupo de Arraiolos.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que “a melhor forma” de lidar com os grupos negacionistas é dizer: “Olhem para os jovens e vejam os 85% que se vacinaram”. “Essa é a grande resposta da sociedade civil perante aquelas posições que, mais radicais, são minoritárias, mas não correspondem ao sentido da maioria dos portugueses”, acrescentou.

No passado sábado, várias dezenas de negacionistas cercaram um restaurante junto à Assembleia da República — onde se encontravam numa manifestação com o mote “Pelas nossas crianças – Rumo à Liberdade — onde Eduardo Ferro Rodrigues estava a almoçar com a mulher. Durante largos minutos, filmaram e insultaram o presidente da Assembleia da República, munidos de um megafone e de inúmeros apitos e buzinas.

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Ferro Rodrigues insultado por dezenas de manifestantes negacionistas

De acordo com vídeos do momento publicados nas redes sociais, os manifestantes insularam a segunda figura do Estado, chamando-lhe “assassino” e “ordinário”. Os insultos continuaram quando Ferro Rodrigues e a mulher saíram do restaurante e se dirigiram para o carro, mesmo apesar de acompanhados do corpo de segurança pessoal do presidente da Assembleia da República.

Depois de a PSP ter anunciado que iria participar ao Ministério Público os insultos proferidos contra o presidente da Assembleia da República, a Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu um inquérito na segunda-feira. Ferro Rodrigues já reagiu em declarações à revista Visão, sublinhando apenas que a situação se trata de um “crime público”. “Espero que a PGR cumpra o seu dever”.

Aberto inquérito a insultos de negacionistas a Ferro Rodrigues