Os talibãs enviaram uma carta ao secretário-geral da ONU a pedir para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas que decorre em Nova Iorque, esta semana, noticia a agência Reuters. Na carta enviada na segunda-feira, e recebida por António Guterres, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Amir Khan Muttaqi, nomeia Suhail Shaheen como porta-voz do governo talibã.

Haq disse que o pedido do novo governo do Afeganistão foi depois enviado para um comité de credenciais de nove membros, no qual se incluem países como os Estados Unidos, China e Rússia. No entanto, é pouco provável que o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão se possa dirigir à ONU para pedir a participação de Shaheen, uma vez que o comité de credenciais não deverá reunir-se antes da próxima segunda-feira.

O reconhecimento internacional pretendido pelos talibãs, que será possível se a aprovação da participação do porta-voz do governo talibã for confirmada, ajudará a libertar fundos importantes para recuperar a economia afegã. A necessidade de reconhecimento internacional do governo talibã é a única vantagem que os outros países têm para negociar com os extremistas afegãos no poder, em questões como a inclusividade do governo e os direitos das mulheres, diz António Guterres.

Até ser anunciada a decisão do comité de credenciais da ONU, Ghulam Isaczai, anterior embaixador do governo afegão, permanecerá o porta-voz do país, apesar dos talibãs afirmarem que não representa o novo executivo.

Quando os talibãs detiveram o poder no Afeganistão pela última vez, entre 1996 e 2001, o então representante do governo deposto manteve o seu lugar na organização, apesar da tentativa de substituição do detentor do cargo, por parte dos talibãs.

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