O presidente reeleito da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá (CDU), manifestou domingo disponibilidade para procurar soluções de governabilidade do município, após perder a maioria absoluta, sublinhando que “todas as opções estão em aberto”.

“Estou à espera que haja um diálogo, que haja disponibilidade para dialogar. A partir do diálogo, naturalmente, todas as opções estão em aberto”, afirmou Carlos Pinto de Sá, em declarações aos jornalistas na sede da candidatura da CDU, em Évora.

O autarca comunista Carlos Pinto de Sá foi reeleito para o terceiro mandato na Câmara de Évora nas eleições autárquicas de domingo, segundo dados provisórios do Ministério da Administração Interna.

Dois eleitos da CDU, dois do PS, dois da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM e um da coligação Nós, Cidadãos!/RIR será a composição do futuro executivo camarário.

Pinto de Sá indicou que a CDU vai estar disponível para “ponderar propostas diferentes” para a governabilidade do município, realçando que os comunistas, mesmo com maioria absoluta, já o fizeram “no passado”.

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“Tal e qual como fizemos quando tínhamos maioria absoluta, vamos continuar a dialogar com as forças políticas e procurar encontrar consensos, respeitando a diferença”, assinalou.

Advertindo que é necessário esperar pelas negociações entre as forças políticas eleitas para o município, o presidente reeleito limitou-se a adiantar que a vontade da CDU é “encontrar respostas para resolver os problemas do concelho de Évora”.

“É nesse sentido que estaremos focados e é nesse sentido que conversaremos com as forças políticas”, vincou.

Nas declarações aos jornalistas, Carlos Pinto de Sá disse sentir “grande alegria” com a vitória nestas eleições autárquicas, mas admitiu que a votação mostra que a CDU foi penalizada.

“Houve um conjunto de questões às quais não conseguimos responder como gostaríamos e essa falta de resposta ou resposta insuficiente decorreu da situação económica e financeira que herdámos e que nos dificultou muito a vida”, referiu.

Na sede campanha da candidatura do PS, a cerca de 20 metros de distância da dos comunistas, o candidato socialista à Câmara de Évora, José Calixto, manifestou “alguma preocupação” com o resultado das eleições, pois o cenário político é “complexo”.

É “uma composição da vereação bastante difícil de gerir em termos de constituição do governo local”, disse, indicando que o PS terá “uma participação positiva” nas negociações para que os cidadãos possam “ganhar alguma coisa com estas eleições”.

Calixto frisou que os socialistas, com o mesmo número de eleitos na câmara que a CDU, vão “utilizar esse poder de forma construtiva” e esperar que a coligação PCP/PEV “interprete também a perda da maioria absoluta de uma forma correta”.

A CDU (coligação PCP/PEV) recolheu 27,44% dos votos, enquanto o PS foi a segunda força mais votada, com 26,27%, e a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM ficou na terceira posição, com 19,07% dos votos.

Já a coligação Nós, Cidadãos!/RIR obteve 12,71%, o partido Chega ficou-se pelos 6,81% e o Bloco de Esquerda pelos 3,80%.

Eleito para o seu terceiro e último mandato em Évora, Carlos Pinto de Sá foi presidente da Câmara de Montemor-o-Novo entre 1993 e 2012.