Já há data para a edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que vai acontecer em Lisboa, daqui a dois anos. O mega-evento, que deverá juntar milhares de jovens católicos na capital portuguesa, está agendado para os dias 1 a 6 de agosto de 2023.

A informação consta de um comunicado enviado pela organização da Jornada, que recorda que a marcação da data é “um dos momentos mais significativos da preparação”. Isto porque, como recorda o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, no mesmo texto, a calendarização é relevante porque há “jovens de todo o mundo” que precisam de “preparar com maior detalhe a vinda a Lisboa”.

Apesar de ainda faltarem praticamente dois anos para o evento, as preparações já estão adiantadas, dadas as suas dimensões: neste momento, as equipas de trabalho do Comité Organizador Local, órgão “executivo” da organização, já contam com mais de 400 voluntários, adianta a nota. Além disso, nas 21 dioceses portuguesas há comités organizadores, a “dinamizar no seu território o caminho de preparação”.

O evento foi criado em 1985, por iniciativa de João Paulo II, e a primeira edição aconteceu no ano seguinte, em Roma. Em 2019, foi divulgada a escolha de Lisboa, embora o calendário tenha sofrido ajustamentos por causa da pandemia: o encontro em Lisboa era para acontecer já em 2022, mas por causa da Covid-19 foi atrasado por um ano.

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Em reação ao anúncio, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostrou na altura a sua satisfação com o que considerou ser “uma vitória de Portugal”. Depois de uma audiência privada com o Papa Francisco, no Vaticano, chegou a antecipar os alegados planos do representante máximo da Igreja Católica para visitar também Fátima, durante a JMJ.

Entretanto, em julho deste ano, o Governo dava nota de que já estava criado um Grupo de Projeto, através de uma resolução aprovada em Conselho de Ministros, para acompanhar a preparação dos trabalhos em Portugal, dada a “diversidade, complexidade, natureza e dimensão das ações a desenvolver”.

Vereador José Sá Fernandes lidera grupo de trabalho para Jornada Mundial da Juventude

O mesmo grupo, que passará a ser coordenado por José Sá Fernandes e iniciará funções este mês, irá, aliás, acompanhar a “requalificação e a valorização ambiental e ecológica da zona ribeirinha onde se localiza o Complexo Logístico da Bobadela”, uma vez que esses terrenos serão desocupados para a realização da Jornada.

Peregrinação dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude

Entretanto, continua a decorrer, até 29 de outubro, a peregrinação dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – Cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani — pelas dioceses espanholas, que teve início no dia 5 de setembro.

Os símbolos, que neste verão já estiveram em Angola e na Polónia, deixarão Espanha em 29 de outubro pela fronteira de Aiamonte, segundo o programa preparado pela Conferência Episcopal Espanhola (CEE).

Tradicionalmente, nos meses que antecedem cada JMJ, “os símbolos partem em peregrinação para serem anunciadores do Evangelho e acompanharem os jovens, de forma especial, nas realidades em que vivem”.

Com 3,8 metros de altura, a Cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou a quase 90 países.

Foi transportada a pé, de barco e até por meios pouco comuns como trenós, gruas ou tratores. Passou pela selva, visitou igrejas, centros de detenção juvenis, prisões, escolas, universidades, hospitais, monumentos e centros comerciais. No percurso enfrentou muitos obstáculos: desde greves aéreas a dificuldades de transporte, como a impossibilidade de viajar por não caber em nenhum dos aviões disponíveis”, informa uma nota sobre a JMJ Lisboa 2023, acrescentando que “em 1985 esteve em Praga, na atual República Checa, na altura em que a Europa estava dividida pela cortina de ferro, e foi aí sinal de comunhão com o Papa”.

Pouco depois do 11 de setembro de 2001, viajou até ao Ground Zero, em Nova Iorque, onde ocorreram os ataques terroristas que vitimaram quase 3.000 pessoas. Passou também pelo Ruanda, em 2006, depois de o país ter sido assolado pela guerra civil”, adianta.

Já o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços, tem 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, e está associado a uma das mais populares devoções marianas em Itália.

“É antiga a tradição de o levar em procissão pelas ruas de Roma, para afastar perigos e desgraças ou pôr fim a pestes. O ícone original encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e é visitado pelo Papa Francisco que ali reza e deixa um ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica”, acrescenta o documento divulgado pelo gabinete de comunicação da JMJ Lisboa 2023.