O Rei Mohamed VI designou esta quinta-feira o novo Governo marroquino na sequência das legislativas de 08 de setembro, um executivo com 24 pastas presidido pelo liberal Aziz Akhannouch e o primeiro numa década não liderado pelos islamitas moderados.

O gabinete será dirigido pela União Nacional de Independentes (RNI, centrista), o partido do empresário e magnata Aziz Akhannouch vencedor do escrutínio, que vai governar em coligação com o Partido Autenticidade e Modernidade (PAM, liberal), e o Istiqlal (PI, Partido da Independência, nacionalista conservador).

Nos designados ministérios de soberania, cujos responsáveis são tradicionalmente decididos pelo monarca, foram reconduzidos Nasser Bourita (Negócios Estrangeiros), Abdeluafi Laftit (Interior), e Ahmed Taufiq (Assuntos Islâmicos), indicou a lista dos membros do Governo divulgada pela agência oficial MAP.

O novo executivo integra sete mulheres.

As eleições legislativas de 08 de setembro saldaram-se por uma ampla vitória da RNI, considerado próximo do palácio real, que também passou a controlar as cidades mais importantes do país.

O escrutínio sentenciou o fim de uma década de hegemonia do Partido da Justiça e Desenvolvimento (PJD, islamita moderado e pró-monárquico), que liderava a anterior coligação no poder, mas que há duas semanas perdeu mais de 90% dos seus lugares no hemiciclo e passou à oposição.

O Governo Akhannouch, definido com o homem mais rico do país magrebino após o monarca, deverá enfrentar as pesadas repercussões da crise sanitária relacionada com a pandemia de Covid-19, com uma retração económica de 7% em 2020, uma taxa de desemprego que atingiu 11,9% e o acentuar do fosso social, de acordo com os relatórios oficias.

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