O presidente da Assembleia da República assinalou esta quarta-feira o “sinal importante” do regresso à normalidade dos plenários, em que poderão voltar a estar os 230 deputados, 17 meses depois das primeiras restrições devido à pandemia.

“Com regozijo vejo este plenário normal, com os deputados a poderem ocupar as suas posições desde o começo da sessão. Isso significa que estamos a trabalhar bem no combate à Covid-19, no entanto convém que se diga que não está ainda totalmente ganho”, afirmou Ferro Rodrigues.

“Este é um sinal importante por parte da Assembleia da República de que estamos a caminho de ganhar essa batalha“, acrescentou.

No arranque da sessão, não estavam ainda os 230 deputados, mas já eram bem mais de uma centena os parlamentares no hemiciclo, e sem cadeiras de intervalo entre eles.

Pelo contrário, os corredores permaneceram muito vazios, sem as conversas que marcavam habitualmente as conversas parlamentares no pré-pandemia.

O último plenário que funcionou sem restrições pandémicas remonta a 13 de março do ano passado, mas foi nesse dia que o parlamento decidiu cortar primeiro no número de plenários semanais e, na semana seguinte, no número de parlamentares presentes na Sala das Sessões.

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Foi nesse plenário, marcado por um debate de atualidade requerido pelo CDS-PP sobre a resposta do país à pandemia, que o deputado e médico do PSD Ricardo Baptista Leite deixou um apelo dramático.

“Deixo um apelo a todos os portugueses, cancelem tudo: cancele a festa, cancele a saída, cancele a praia, cancele a conferência, cancele o casamento, o batizado, a festa de despedida de solteiro, cancele tudo e fique em casa, quando ficar em casa está a atrasar o coronavírus”, afirmou.

Desde então, o número de plenários foi variando entre um mínimo de um semanal, nas fases mais críticas da pandemia – e quase exclusivamente dedicado a tratar de matérias relacionadas com a Covid-19 – dois, e, finalmente os habituais três, que regressaram em maio deste ano.

No entanto, o número de parlamentares que podia assistir às sessões só esta quarta-feira volta ao normal, depois de ter variado entre apenas um quinto (46 deputados) a metade do total, como funcionaram até à semana passada.

A partir desta quarta-feira, acabaram as limitações ao número de deputados e apenas a máscara usada por todos – que continua a ser obrigatória – recorda que ainda não foi decretado o fim da pandemia.

Desde segunda-feira que o parlamento funciona com um alívio generalizado de restrições e os deputados apenas poderão assistir por videoconferência às sessões plenárias devido a isolamento profilático ou, nos casos dos deputados das Regiões Autónomas e dos círculos da emigração, se existirem condicionantes às viagens aéreas.

Também as comissões parlamentares passaram a reunir-se por regra, de forma presencial, e regressam – com número limitado – os visitantes às galerias do plenário e são retomadas as missões oficiais da Assembleia da República.

Além de se manter o uso de máscara nos espaços comuns e partilhados, continuarão também a existir no parlamento pontos com gel desinfetante, separadores de acrílicos nas receções e portarias bem como purificadores de ar e medidas de limpeza extraordinárias, nomeadamente dos microfones e do púlpito na sala das sessões.

Irá também manter-se a realização de testes semanais de antigénio e será promovida uma campanha de vacinação contra a gripe sazonal.

Desde segunda-feira, acabou a medição obrigatória da temperatura e foram desativadas as áreas de isolamento criadas no âmbito da pandemia, retirados os tapetes desinfetantes nas entradas do parlamento e eliminadas as medidas de “contenção nas cafetarias e restaurantes” do parlamento, voltando-se à normal lotação destes espaços.