A Grande Mancha Vermelha (GMV) de Júpiter, uma enorme tempestade capaz de engolir a Terra, estende-se mais fundo na atmosfera do planeta gasoso, revelam novos dados da sonda norte-americana Juno esta quinta-feira divulgados.

O maior planeta do Sistema Solar tem uma atmosfera onde abundam grandes tempestades, incluindo a GMV, de pouco mais de 16 mil quilómetros de diâmetro, e faixas de ventos em rotação.

Novos dados da Juno, em órbita de Júpiter desde 2016, indicam que a GMV estende-se mais fundo na atmosfera do gigante gasoso do que se pensava anteriormente, refere em comunicado a American Association for The Advancement of Science (Associação Americana para o Avanço da Ciência), que edita a revista Science.

A primeira imagem de Júpiter tirada pela Juno

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Cientistas caracterizaram os vórtices atmosféricos, incluindo a Grande Mancha Vermelha, a partir de dados da sonda Juno e os resultados são enunciados em dois estudos distintos.

Num dos estudos, uma das equipas descreve que a GMV e outras duas tempestades se estendem abaixo da altitude em que se espera que água e amónio se condensem.

Segundo os investigadores, tal “sugere a presença de processos dinâmicos de pequena escala, como precipitação e correntes descendentes, em níveis muito mais profundos do que o esperado anteriormente, o que pode indicar uma conexão entre o interior de Júpiter e a atmosfera profunda”.

Uma outra equipa científica detetou flutuações no campo gravitacional do planeta causadas pela GMV e concluiu que a Grande Mancha Vermelha está profundamente enraizada na atmosfera.

Contudo, a profundidade da tempestade (500 quilómetros) é, ainda assim, menor do que a dos jatos circundantes (cerca de 3.000 quilómetros).

A sonda Juno é operada pela agência espacial norte-americana (NASA), que agendou para esta quinta-feira uma conferência de imprensa virtual com ambas as equipas científicas.

De acordo com uma nota da NASA, serão reveladas descobertas que irão dar “a primeira visão 3D de como a turbulenta atmosfera” de Júpiter “funciona sob as camadas superiores das nuvens”, e como “estas revelações fornecem uma visão sobre as atmosferas de planetas gigantes noutras zonas do Universo”.