João Rendeiro, o ex-presidente do BPP, que está em fuga há dois meses, voltou a falar para ilibar a mulher, Maria de Jesus Rendeiro, de qualquer responsabilidade no processo da venda de alguns quadros na sua coleção de arte. Ao Sapo24, o antigo banqueiro disse: “Como é evidente, era fiel depositária só de nome. Aliás, pensava que já não era”. E adiantou: “Um advogado foi instruído para passar a guarda dos bens para meu nome. Fê-lo num processo, mas esqueceu-se de o fazer neste”.

Os dias da mulher de Rendeiro antes da detenção. “A arte era o mundo do marido. Ela é ingénua”, diz irmã

“O que quer que houvesse foi responsabilidade minha”, referiu também Rendeiro quanto à eventual falsificação ou descaminho de obras de arte. Além disso, afirma que foi constituído fiel depositário durante cinco anos num processo em que acabou de ser absolvido. “A Maria ficou apenas como fiel depositária porque, na altura, eu estava no estrangeiro”, disse também.

João Rendeiro está atualmente fugido à Justiça em parte incerta e é procurado pelas autoridades depois de terem sido emitidos dois mandados de detenção internacionais onde constam os crimes de falsidade informática, branqueamento e fraude fiscal: um para ficar em prisão preventiva no processo em que foi condenado a dez anos de cadeia e outro para cumprir uma pena de cinco anos e oito meses de prisão.

Maria de Jesus Rendeiro foi detida na semana passada e passou uma noite no Estabelecimento Prisional de Tires, tendo ficado em prisão domiciliária porque, noticiou o Observador, existe um perigo real de fuga mas, como se trata de um processo que tem origem num crime descaminho (um crime leve), a procuradora do Ministério Público terá entendido que era desproporcional a prisão preventiva.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR