A lista dos dez finalistas do prémio literário Oceanos 2021 conta, pela primeira vez, com um romance escrito por um autor timorense, O plantador de abóboras, de Luís Cardoso, anunciou a organização esta quinta-feira.

A lista do prémio que destaca anualmente obras de autores de língua portuguesa também conta com o autor moçambicano Mia Couto, com o romance O mapeador de ausências“; o livro de poesia Inferno, do português Pedro Eiras; o romance O osso do meio, do também português Gonçalo M. Tavares; O avesso da pele“, do brasileiro Jeferson Tenório; e a A tensão superficial do tempo, do também brasileiro Cristovão Tezza.

A lista de finalistas é completada por quatro nomes do Brasil: o romance Fé no inferno, de Santiago Nazarian; Maria Altamira, de Maria José Silveira; O ausente, de Edimilson de Almeida Pereira; e a coleção de contos Pessoas promíscuas de águas e pedras, de Thais Lancman.

Os jornalistas e críticos literários Manuel da Costa Pinto, do Brasil, e Isabel Lucas, de Portugal, apresentaram as obras selecionadas e seus autores num podcast do Oceanos 2021, divulgado esta terça-feira no Spotify e YouTube.

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“É muito gratificante para o Itaú Cultural estar ao lado do Oceanos nesses seis anos, garantindo a continuidade do projeto, e aprimorando a sua governança e ferramentas tecnológicas. Com essa parceria pudemos verificar que, a cada edição, os resultados demonstram a ampliação de alcance do prémio”, observou o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, em comunicado.

“Em tempos de pandemia e isolamento físico, que dificultariam os trabalhos de seleção dos livros, se não tivéssemos apoio tecnológico, vemos uma obra de Timor-Leste, país indicado pela primeira vez, e outras duas que tiveram edição em mais de um país de língua portuguesa, além de uma diversidade de títulos, sinalizando a força da literatura escrita neste idioma que nos une”, completou.

O Oceanos tem coordenação geral da gestora cultural Selma Caetano, curadoria para os países africanos de língua portuguesa de Matilde Santos, curadora da Biblioteca Nacional de Cabo Verde, Manuel da Costa Pinto, para o Brasil, e de Isabel Lucas, para Portugal. Na primeira etapa, um júri inicial, composto por 95 professores de literatura, críticos literários, escritores e poetas, leu e avaliou os 1.835 livros inscritos, publicados em dez países, para escolher os semifinalistas.

Desse conjunto de 54 livros foram escolhidos os dez finalistas, que serão lidos e avaliados para eleição dos três vencedores do prémio, em dezembro. Participam no júri final a angolana Ana Paula Tavares, os brasileiros Itamar Vieira Junior, Julián Fuks, Maria Esther Maciel e Veronica Stigger, e os portugueses António Guerreiro e Golgona Anghel.

O valor total do prémio é de 250 mil reais (39,7 mil euros), sendo 120 mil reais (19 mil euros) para o primeiro colocado, 80 mil reais (12,7 mil euros) para o segundo e 50 mil reais (7,9 mil euros) para o terceiro.

O Oceanos conta com apoio da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo do Brasil, do Banco Itaú, do Instituto Cultural Vale, da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas de Portugal, do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, bem como com apoio institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, para além do apoio e governança do Itaú Cultural.