Francisco Assis foi uma carta deixada fora do baralho de António Costa para estas legislativas. O socialista crítico da “geringonça” não foi nas listas de candidatos a deputados do PS nas últimas legislativas e volta a não constar, segundo avançou o Público e confirmou o Observador junto do presidente da federação do Porto (círculo de Assis). Manuel Pizarro comenta, no entanto, que está “convencido” que esta decisão “não exclui Francisco Assis do próximo ciclo político do PS”.

Ao Observador, o dirigente socialista diz que a escolha para cabeça de lista pelo distrito volta a ser Alexandre Quintanilha e, com isso, justifica que Francisco Assis não tenha sido considerado. Pizarro explica que não seria escolhido para um lugar mais abaixo, quando já foi cabeça de lista (em 2009) pelo Porto. “O PS continua a contar com Francisco Assis”, garante o dirigente distrital que recorda que Assis é atualmente presidente do Conselho Económico e Social e também não põe de parte que o socialista possa integrar um futuro Governo do PS, caso o partido vença as eleições de 30 de janeiro.

A lista do PS pelo Porto foi aprovada na passada sexta-feira, mas sem que fossem a votos os nomes que cabe ao secretário geral do PS indicar: um terço do elegíveis (no caso, seis dos primeiros 17 lugares). Assis não constava na quota indicada pela distrital, e também não está na do secretário-geral.

Recentemente, em entrevista ao Público, Francisco Assis explicou que se manteve fora das listas do PS em 2019 porque “tinha contestado” o caminho do PS até ali, ou seja, a “geringonça”, apontando que agora o PS estaria “numa fase nova da vida política. O primeiro-ministro foi claro numa entrevista que deu há dias na televisão ao dizer que o posicionamento hoje do PS é diferente, está aberto a um diálogo construtivo quer à sua esquerda, quer à sua direita. E eu acho que deve ser esse o posicionamento do PS”.

A afirmação indicava vontade de voltar ao palco parlamentar, bem como a sua resposta sobre a possibilidade de poder vir a ser um candidato a presidente da Assembleia da República. “Quem valoriza o Parlamento como eu, se um dia lhe colocassem a questão de poder eventualmente ser Presidente da Assembleia da República, seria incompreensível que dissesse que era uma função que não gostaria de exercer.” Mas Assis volta a não integrar as listas do PS, depois de nos últimos anos ter sido crítico da “geringonça” que António Costa formou em 2015.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR