A Fenprof defendeu esta quarta-feira que professores e restantes funcionários escolares devem ser vacinados contra a Covid-19 durante as férias de Natal, para um regresso às aulas em janeiro mais seguro e com menos isolamentos.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, escusou-se a analisar os impactos da decisão do Governo em antecipar numa semana o encerramento das creches e ATL para tentar controlar a pandemia de Covid-19, defendendo que essa avaliação cabe aos especialistas.

“Não sabemos se este encerrar de uma semana será suficiente”, disse Mário Nogueira, admitindo que é preciso “tudo fazer” para que as escolas não voltem a fechar portas, tendo em conta os “conhecidos prejuízos do ensino remoto” que se sentiram nos dois últimos anos letivos.

A Fenprof voltou esta quarta-feira a defender que os professores e o pessoal não docente “devem voltar a ser considerados grupos prioritários no processo de vacinação” da dose de reforço contra a Covid-19. E esse é um processo que deve acontecer durante esta época do Natal.

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“Os professores deveriam ser chamados agora a ser vacinados com a dose de reforço até à abertura” das escolas, a 10 de janeiro, defendeu, acrescentando que durante as férias de Natal os docentes e pessoal não docente podem ser vacinados “em qualquer dia, não precisa de ser ao sábado nem ao domingo”.

Centros de vacinação encerrados dias 24, 25, 26, 31 de dezembro e 1 de janeiro

Mário Nogueira lembrou que nas escolas trabalha um “corpo docente envelhecido, vacinado há mais de cinco meses, que é o tempo útil que se está a dar à vacina” e por isso está na altura de serem novamente vacinados contra a Covid-19.

O professor considerou também “indispensável” a testagem regular e periódica nas escolas e não apenas quando surgem novos casos: “Independentemente da análise sobre se as escolas devem ou não abrir, tudo deve ser feito para que abram no dia em que se prevê”.

O secretário-geral da Fenprof acredita que “protegendo os adultos provavelmente também será possível proteger as escolas e mantê-las abertas”.

Mário Nogueira recordou ainda a decisão da Fenprof de avançar com uma ação judicial contra o Ministério da Educação para ter acesso aos dados que mostram o impacto da pandemia nas escolas.

“A Fenprof está a recorrer novamente aos tribunais para intimar o Ministério da Educação, que se recusa a fornecer dados”, disse, acrescentando que “se calhar este ano a situação ainda está pior” do que no passado ano letivo.

Quais as escolas e jardins-de-infância onde já foram identificados casos de covid-19 este ano letivo, quantas turmas ficaram em isolamento entre os dias 16 e 30 de novembro e quantos docentes, alunos e trabalhadores não docentes tiveram de ficar em isolamento ou quarentena são algumas das perguntas feitas a 02 de dezembro ao ministério e que continuam sem resposta.

A Federação Nacional dos Professores recordou que passaram os 10 dias úteis previstos na lei para o envio das informações pretendidas, “sem que houvesse resposta do ministro” e por isso decidiu “recorrer à via judicial para as obter”.

20 respostas sobre o que pode ou não fazer este Natal

Na terça-feira o primeiro-ministro anunciou a decisão de antecipar para dia 25 de dezembro o encerramento de creches e ateliês de tempos livres (ATL), que estava previsto para a “semana de contenção” que irá decorrer entre 03 e 09 de janeiro, altura em que os alunos de todos níveis de ensino estarão em casa. As aulas começam apenas a 10 de janeiro, como forma de tentar conter o aumento de casos de Covid-19.