O secretário-geral do PCP revelou, sexta-feira, que as “questões das forças de segurança” foram das negociações “mais difíceis de avançar” no diálogo com o Governo, apontando que “havia sempre uma desculpa para não avançar”.

“Neste processo de diálogo que existiu com o Governo, se havia coisas mais difíceis de adquirir ou de referir ou de avançar, eram precisamente as questões das forças de segurança. Muito difícil a batalha. Havia sempre um desculpa para não avançar, esse rumo é preciso mudar”, defendeu Jerónimo de Sousa, numa sessão com elementos das forças de segurança.

Para o líder comunista, o “escasso investimento, a degradação das condições de higiene e segurança no trabalho, o envelhecimento do efetivo, a não dignificação das carreiras, o desrespeito pelos direitos e pela dignidade das forças de segurança são os traços das politicas seguidas pelos sucessivos governos”.

No entanto, revelou, eram dois os temas em que “sistematicamente” a CDU recebeu resposta negativa por parte do Governo: “A recusa da atribuição do subsidio de risco digno e a não atualização das tabelas remuneratórias. Isto eram dois problemas com que sistematicamente éramos confrontados com o não do Governo durante esse processo de diálogo”, apontou.

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Jerónimo de Sousa elencou várias medidas e propostas que a CDU apresentou na Assembleia da República (AR), lembrando que foram “iniciativas que contaram quase sempre com o voto desfavorável do PS, do PSD e até restantes partidos da direita“.

O líder comunista deixou mesmo um recado ao Chega sobre as votações em matérias de segurança: “Neste caso, até um elemento curioso, mesmo aqueles que demagogicamente falam nas forças de segurança e no combate à corrupção, mas que na hora nunca lá estão para votar. Basta consultar o diário das sessões da AR para verificar que, infelizmente, há muita conversa, muita conversa, mas quando chega a altura da decisão as decisões falam por si”.

Por fim, e perante questões apontadas por elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), o líder do PCP reafirmou a oposição à extinção daquele serviço, defendendo que a “decisão de adiamento com justificação da epidemia revelando a falta de preparação para o passo dado do Governo que constitui um fator de instabilidade”.

“O SEF precisava de mais efetivos e não de ser extinto. É uma decisão injustificada, precipitada, que, se consumada, terá consequências profundamente negativas tanto ao nível da segurança interna como para os profissionais envolvidos”, avisou.