A Nikola foi fundada por Trevor Milton, que hoje está a braços com a justiça por ter enganado investidores e accionistas, divulgando um vídeo que provava que o seu camião a bateria era uma realidade, quando as imagens eram falsas, tal como as afirmações.

A postura de Milton, cujo projecto anterior foi vender carros usados através da Internet (e fracassou), sempre foi muito agressiva, processando à esquerda e ameaçando à direita. Conseguia assim estar nas notícias, ainda que nem sempre pelos bons motivos. Um dos casos mais badalados, sobretudo pelos valores envolvidos (2000 milhões de dólares), consistiu em processar a Tesla, alegadamente por esta empresa ter copiado o desenho do camião eléctrico da Nikola, que por sua vez se parecia a todos os aerodinâmicos comboios de alta-velocidade utilizados desde 1964.

Nikola vai mesmo processar a Tesla devido ao Semi

O processo levantado pelas autoridades norte-americanas, por ter falsificado os dados do modelo e do construtor, tornou público que a Nikola não tinha tecnologia para as fuel cells a hidrogénio que prometia, nem para as células que pretendia utilizar nas suas baterias. As primeiras seriam fornecidas pela Bosch, num acordo assinado só em 2021, revelado pela Forbes e só esperadas em 2024 (a Bosch está longe de ser uma referência nesta tecnologia), enquanto as baterias deveriam ser asseguradas pela LG.

Agora que Trevor Milton aguarda julgamento sob uma caução de 100 milhões de dólares (tendo-se afastado da empresa que criou) e a Nikola apenas sobrevive, depois de ter visto renegociados os acordos que já tinha assinado com a GM e a Iveco, a empresa norte-americana que produz camiões sobre chassis da própria Iveco decidiu desistir do processo contra o Semi da Tesla.

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