793kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Cotrim não vai exigir ao PSD "reforma integral do SNS até quinta-feira à tarde". Mas exige "passos decisivos" de mudança

Este artigo tem mais de 2 anos

O candidato da IL promete não exigir ao PSD "a reforma integral do SNS até 5ª à tarde", mas pede "passos decisivos" em dois aspetos. Já de cacilheiro, falou-se de transportes: ordem para concessionar.

19 de Janeiro de 2022 - Portugal, Lisboa. Campanha Eleitoral Legislativas 2022. João Cotrim de Figueiredo (Iniciativa Liberal), em ação de campanha sobre saúde no Hospital Garcia da Horta. FRANCISCO ROMÃO PEREIRA/OBSERVADOR
i

Cotrim Figueiredo ao lado da cabeça de lista da IL por Setúbal, Joana Cordeiro

FRANCISCO ROMÃO PEREIRA/OBSERVADOR

Cotrim Figueiredo ao lado da cabeça de lista da IL por Setúbal, Joana Cordeiro

FRANCISCO ROMÃO PEREIRA/OBSERVADOR

Foi já ao final do dia de esta quarta-feira, e depois de uma visita ao hospital público Garcia de Orta em Almada, que Cotrim Figueiredo olhou para o lado e falou para aqueles com quem admite trabalhar depois das eleições.

Ao longo da campanha o líder da Iniciativa Liberal tem assentado a estratégia em dois pontos: visar Costa, os Governos PS e o socialismo, por um lado, e apresentar as propostas da Iniciativa Liberal em áreas que vão da TAP à saúde e impostos. Desta vez, desafiado pelos jornalistas, falou para os possíveis parceiros sobre linhas vermelhas em negociações. A uma pergunta sobre o que exigiria para acordos depois de 30 de janeiro — já se mostrara disponível para se sentar à mesa com o PSD —, respondeu assim:

Numa negociação, não me pergunte até onde se vai ou consegue ir. Não vamos pôr com certeza a reforma integral do SNS até quinta-feira à tarde como uma condição. Mas vamos exigir que sejam dados passos decisivos em várias matérias —  seja em unidades de saúde hospitalar seja em unidades de saúde primárias — no sentido de avançar para sistemas que incorporem as duas coisas que para nós são fundamentais no sistema de saúde: liberdade de escolha dos utentes e concorrência entre prestadores“, referiu.

Que “passos decisivos” podem ser esses, ao certo, Cotrim Figueiredo prefere para já não detalhar: se uma nova maioria se formar e o PSD quiser, logo os negociará.

O que o presidente da IL também não diz é se a Saúde seria uma boa pasta para o partido ter num próximo Governo. “Não discuto cargos, discuto políticas. Se houver alguém em quem confie e que seja determinado… há muitas pessoas boas que ainda não estão na IL, portanto podem perfeitamente ocupar esses cargos com confiança técnica e política”, afirmou. Mas na IL existirão nomes de pessoas ministeriáveis, desde logo para a Saúde, que lhe passem pela cabeça? “Isso há, há muitas”. Provocação jornalística: tem uma lista? Cotrim ri-se e diz, meio a sério meio a brincar: “Tenho, tenho”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

19 de Janeiro de 2022 - Portugal, Lisboa. Campanha Eleitoral Legislativas 2022. João Cotrim de Figueiredo (Iniciativa Liberal), em ação de campanha sobre saúde no Hospital Garcia da Horta. FRANCISCO ROMÃO PEREIRA/OBSERVADOR

O candidato da Iniciativa Liberal a falar aos jornalistas

FRANCISCO ROMÃO PEREIRA/OBSERVADOR

Na visita ao Garcia da Orta, o candidato liberal reuniu à porta fechada com a administração do hospital. À saída, depois da reunião, voltou a insistir nas propostas do partido para a Saúde. E quis atacar o que diz ser uma “deturpação” dessas propostas, que passa por sugerir que a IL quer privatizar a Saúde.

Para Cotrim, “não estamos a falar de uma privatização da Saúde mas sim de uma separação entre a função de financiamento e de prestação do cuidado de saúde“. As pessoas “estão-se absolutamente nas tintas se quem vai resolver o problema e os vai curar é público, privado ou social. O que lhes interessa é que tenham acesso universal, fácil e tendencialmente gratuito: tudo o que está constitucionalmente previsto”.

O presidente e candidato da IL quer tudo isto “de preferência de melhor qualidade e com um custo que seja razoável”, mas na Saúde o objetivo não é emagrecer a despesa pública — que no ano passado chegou a 10,24% do PIB — mas sobretudo aumentar, melhorar e tornar mais eficientes os cuidados de saúde que o Estado garante aos cidadãos. Se isso implicar mais investimento, Cotrim não se opõe.

Os liberais não se opõem a que isto possa representar um peso maior na despesa do PIB, desde que acabemos com esta vergonha que é pessoas a morrer em lista de espera. É uma autêntica vergonha. Haverá bons e maus hospitais públicos e bons e maus privados. Mas dando às pessoas a possibilidade de escolherem o que acham melhor para si, em total liberdade, [o Estado financiará essas escolhas e] isso obrigará todo o sistema a evoluir e melhorar”, explicou Cotrim.

O candidato acredita que é possível obter “melhorias de serviços de saúde com muito menor custo unitário por ato médico”, mas o objetivo é mesmo “reduzir as listas de espera e melhorar a qualidade dos cuidados de saúde” prestados em Portugal.

O candidato acrescentou não compreender “como algumas forças políticas, por obsessão ideológica, não olham para isto como sendo a verdadeira maneira de começar a caminhar no sentido de um Sistema Nacional de Saúde, que dê muito melhor resposta às necessidades das pessoas”. Até porque quem resiste às mudanças “está a contribuir para o colapso do SNS“, na opinião do liberal.

Cotrim descola na TAP: Pedro Nuno “não faz ideia do que está a fazer” e Costa “deve pedido de desculpa aos portugueses”

Ordem para concessionar. Cotrim de cacilheiro à procura de concorrência

Antes da deslocação ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, João Cotrim Figueiredo aproveitou a tarde de esta quarta-feira para falar de transportes e fazer uma viagem de cacilheiro entre o Cais do Sodré e Almada. Depois da viagem, o candidato falou aos jornalistas e começou por dizer:  “Alguns transportes públicos funcionam bem e têm poucas queixas, outros funcionam mal e têm muitas queixas”.

O que interessava ao líder político, à boleia do cacilheiro da Transtejo/Soflusa, era fazer a apologia da concorrência nos transportes e das vantagens das concessões a privados. “Todos devem ter possibilidade de ter concorrência sempre que não dependam de uma única infraestrutura”, argumentava o candidato, acrescentando que “o rio está concessionado a uma única empresa e toda a gente sabe o número de vezes que travessias são cancelados — e a forma como as pessoas se queixam do serviço que têm aqui da Transtejo/Soflusa”.

Isso poderia ser perfeitamente evitado se a travessia do Tejo fosse aberta à concorrência. Há um plano há muito tempo de instalar uma série de atracações em cada uma das margens, para permitir por exemplo a existência de táxis fluviais, outros operadores a operar nestas mesmas rotas e no mesmo cais que opera a Transtejo/Soflusa e a existência de concorrência”, notou.

A apologia da concorrência “não é uma obsessão ideológica”, diz Cotrim Figueiredo. “É uma obsessão prática, pragmática. Quando há mais do que um prestador de serviço, todos são obrigados a melhorar e a fazer o seu melhor para cativar clientes“, apontou, acrescentando: “No caso da travessia fluvial é evidente. A travessia ferroviária já está concessionada há bastante tempo e existem muito menos notícias de problemas de serviço e queixas por parte dos utentes. Quem é concessionário sabe que tem de chegar a níveis de serviço elevados para poder um dia ver a sua concessão renovada”.

19 de Janeiro de 2022 - Portugal, Lisboa. Campanha Eleitoral Legislativas 2022. João Cotrim de Figueiredo (Iniciativa Liberal), em ação de campanha sobre saúde no Hospital Garcia da Horta. FRANCISCO ROMÃO PEREIRA/OBSERVADOR 19 de Janeiro de 2022 - Portugal, Lisboa. Campanha Eleitoral Legislativas 2022. João Cotrim de Figueiredo (Iniciativa Liberal), em ação de campanha sobre saúde no Hospital Garcia da Horta. FRANCISCO ROMÃO PEREIRA/OBSERVADOR 19 de Janeiro de 2022 - Portugal, Lisboa. Campanha Eleitoral Legislativas 2022. João Cotrim de Figueiredo (Iniciativa Liberal), em ação de campanha sobre saúde no Hospital Garcia da Horta. FRANCISCO ROMÃO PEREIRA/OBSERVADOR 19 de Janeiro de 2022 - Portugal, Lisboa. Campanha Eleitoral Legislativas 2022. João Cotrim de Figueiredo (Iniciativa Liberal), em ação de campanha sobre saúde no Hospital Garcia da Horta. FRANCISCO ROMÃO PEREIRA/OBSERVADOR

Uma comitiva da Iniciativa Liberal liderada pelo presidente do partido, Cotrim Figueiredo, viajou esta quarta-feira de cacilheiro e esteve em Almada

FRANCISCO ROMÃO PEREIRA/OBSERVADOR

Já quando questionado sobre se a oferta de táxis fluviais não aumentará os índices de poluição, Cotrim mostrou-se otimista e chutou para a procura: “Se isso for absolutamente crucial para a decisão das pessoas relativamente ao meio que usam, os próprios operadores utilizarão as embarcações menos poluentes possíveis”.

Assine o Observador a partir de 0,18€/ dia

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Vivemos tempos interessantes e importantes

Se 1% dos nossos leitores assinasse o Observador, conseguiríamos aumentar ainda mais o nosso investimento no escrutínio dos poderes públicos e na capacidade de explicarmos todas as crises – as nacionais e as internacionais. Hoje como nunca é essencial apoiar o jornalismo independente para estar bem informado. Torne-se assinante a partir de 0,18€/ dia.

Ver planos