Mais de 150 personalidades, entre os quais o músico Pedro Abrunhosa, a atleta Rosa Mota, o escritor Valter Hugo Mãe e a atriz Maria do Céu Guerra, assinaram um manifesto de apoio publicado esta sexta-feira, em que apelam a uma “maioria reforçada” do PS nas próximas eleições. “No atual quadro partidário, o voto no PS e em António Costa é aquele que nos permite olhar o futuro com confiança democrática e esperança numa vida melhor.”

Evocando declarações do Presidente da República nas quais expressa que é necessário “virar a página da crise e da pandemia”, os signatários do manifesto consideram que é preciso “confiar num partido e num candidato a primeiro-ministro que saiba prosseguir o que foi bem feito e corrigir o que mal feito”. Para as mais de 150 personalidades, António Costa “já mostrou ter essa disposição de aprender com humildade democrática e energia de futuro”.

Embora nunca referindo o Chega, os signatários alertam para as “tentações autoritárias e populistas com soluções falsas e fáceis” que Portugal enfrenta. E também sem nunca mencionarem o PSD, as personalidades confiam no PS e em António Costa, uma vez que não têm “a tentação de voltar às injustas políticas de austeridade, fundadas nas receitas economicistas do neoliberalismo mais agressivo”.

As críticas não se ficam pela direita — também atingem os partidos à esquerda do PS que inviabilizaram o Orçamento do Estado 2022. As mais de 150 personalidades afirmam que uma “crise política era aquilo” de que Portugal “menos” precisava, apontando a crise pandémica e a aplicação de fundos europeus como motivo. Foi, por isso, “uma crise desnecessária, dispensável e perigosa”. “Uma crise política era mesmo aquilo que não nos fazia falta”, vincam.

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Face a estes desafios, de acordo com os signatários, é agora importante aproveitar as legislativas como “uma grande oportunidade” para evitar uma nova crise política, apostando-se em “soluções estáveis e duradouras”, criando “condições para enfrentar as dificuldades e fazer o que é urgente fazer, sem mais adiamentos ou perdas de tempo”.

A solução para este problema passa por “uma maioria reforçada” e “estável” (nunca referindo a possibilidade de uma maioria absoluta) do PS, voltando a atirar uma farpa a Rio (e a Ventura), já que nunca “será usada contra a democracia e contra os portugueses”. 

No que diz respeito à economia, os signatários dizem que é necessário “confiar num partido e num candidato a primeiro-ministro” que conseguiu “compatibilizar bons resultados financeiros” — as designadas “‘contas certas'” — com uma política que aposte na “modernização e dinamização económica” e também na distribuição “justa” que originou a “reposição” e o “aumento” dos rendimentos das famílias.

Os signatários confiam em António Costa para reforçar o Serviço Nacional de Saúde e para tornar “prioridade” temas como a “transição climática” e a “transição digital”. “É fundamental que confiemos num partido e num candidato a primeiro-ministro que escolha […] a valorização e qualificação das pessoas, apostando na economia de conhecimento, na educação, na investigação científica e tecnológica e na cultura”.

Destas mais de 150 personalidades fazem também parte o músico Agir, a escritora Alice Vieira, o maestro António Vitorino d’Almeida, o arquiteto Eduardo Souto Moura, a médica e diretora do Departamento de Cirurgia do Hospital de S. João Elisabete Barbosa, o cantor e compositor João Gil, o cantor José Cid e o escritor Richard Zimler.