Até hoje, o Dieselgate custou ao grupo alemão Volkswagen AG mais de 30 mil milhões de euros, a esmagadora maioria correspondente a multas e compensações nos EUA, e muito pouco na Europa e no resto do mundo. Mas a fraude perpetrada pela administração até 2015, com o objectivo de incrementar as vendas e os lucros dos accionistas, continua a penalizar a empresa, mesmo passados sete anos. Segundo a Reuters, o recente acordo a que o construtor chegou com o Estado norte-americano de Ohio irá incrementar esta pesada e onerosa herança.

Para resolver o processo que o opunha a Ohio, o grupo alemão aceitou pagar 3,5 milhões de dólares, cerca de 3,1 milhões de euros, o que é muito menos do que este estado norte-americano pretendia originalmente. O valor inicial poderia ascender a 350 milhões de dólares por dia, o que corresponde a 127 mil milhões por ano. Segundo o advogado-chefe do Ohio, o entendimento alcançado “torna a Volkswagen AG responsável pelos danos provocados ao ambiente e à confiança dos consumidores”.

Para o construtor alemão, este acordo “permite ultrapassar o contencioso com o estado do Ohio, numa fase em que o Grupo Volkswagen está a apostar num futuro com mobilidade sustentável”. O que corresponde à realidade, uma vez que este consórcio alemão foi, entre os construtores tradicionais, quem mais investiu em veículos eléctricos nos últimos anos.

Depois de a Volkswagen AG ter solicitado ao Supremo Tribunal norte-americano que decidisse a seu favor, evitando que os diferentes Estados pudessem processar individualmente o grupo germânico, este processo levantado pelo Ohio abriu a porta a muitos outros, sabendo-se já que Texas, Utah e Florida estão na fila com processos pendentes. Podendo surgir outros, onde também foram comercializados alguns dos 11 milhões de veículos equipados com sofware fraudulento, fornecido pela Bosch, para o qual foram posteriormente desenvolvidas actualizações de software, sendo que é sobre estas actualizações que incidem os processos como o que foi avançado pelo Ohio.

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