António Costa marcou esta terça-feira presença em Matosinhos no mercado municipal da cidade, onde foi inclusive levado em ombros. Um dia depois, o PSD/Matosinhos acusa os socialistas de usarem os meios municipais para chamarem pessoas para o evento, numa ação de “desespero” e que usa a “gestão dos dinheiros públicos como se fossem do PS”.

Bruno Pereira, líder do PSD Matosinhos, deverá mesmo avançar com uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE), admite ao Observador, denunciando um clima de “chantagem” e um comportamento que não é inédito por parte do PS, mas que revela o “desespero pré-eleitoral” perante “o expectável resultado das eleições legislativas”.

Vários membros de coletividades e clubes desportivos de Matosinhos foram contactados nos últimos dias por administradores da empresa municipal Matosinhos Sport, de maneira a tentar “mobilizá-los” para “encher” o evento socialista, expõe Bruno Pereira. Embora nunca indicando quais são essas agremiações explicando que tal se deve por os visados querem manter o anonimato por receio de represálias, o líder do PSD/Matosinhos explicou que essas coletividades “dependem, acima de tudo, de uma subvenção municipal”, que é a sua “principal fonte de receita”.

“Há uma relação de superioridade”, descreve Bruno Pereira, que diz que, sem essa subvenção, seria difícil para as coletividades e clubes desportivos manterem as “portas abertas”. Além disso, a maioria destas organizações estão “sediadas em espaços públicos” concedidos pela autarquia ou pela Matosinhos Sport.

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Ao Observador, fonte da câmara municipal de Matosinhos refere que o “PSD já nos habitou a queixas com conteúdo idêntico sempre que atravessamos um período de campanha eleitoral”. “Para a autarquia, este é um não assunto”, vinca a autarquia dirigida por Luísa Salgueiro.

Confrontado com estas declarações do município, e também pelas do Expresso em que a autarquia informou que a queixa partia de “um partido que sabe que vai perder em Matosinhos”, Bruno Pereira afirmou que foi uma “resposta muito básica”, ainda para mais vinda da também presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). “Esta não é uma resposta que se adeque aos cargos que desempenha” mas antes a “uma resposta de uma militante do PS”. “Foi básica, trivial e popularucha”, complementa o líder do PSD/Matosinhos.

Destacando ainda que Luísa Salgueiro não nega o sucedido, Bruno Pereira reforça que alguém que ocupa os seus lugares devia ter um “comportamento exímio” e devia ser um “farol democrático” — algo que, de acordo com o líder do PSD/Matosinhos, não aconteceu neste caso.