A Dinamarca vai reforçar o nível de prontidão de um batalhão para mobilização pela NATO em resposta à “pressão militar inaceitável” da Rússia sobre a Ucrânia, anunciou esta terça-feira o Ministério da Defesa em Copenhaga.

O exército dinamarquês vai “reforçar a preparação do batalhão de combate posto à disposição da NATO, para que esteja disponível no prazo de um a cinco dias“, em comparação com os 30 dias anteriores, disse o ministério num comunicado, citado pela agência France-Presse (AFP).

O batalhão de 700-800 homens será mobilizado em Slagelse, cerca de 90 quilómetros a oeste de Copenhaga, segundo o ministério.

O reino escandinavo da Dinamarca é um dos países fundadores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) e é membro da União Europeia (UE).

Numa altura em que os ocidentais temem uma invasão da Ucrânia pela Rússia, Copenhaga está também a considerar o envio de dois caças F-16 para a ilha dinamarquesa de Bornholm, no Mar Báltico, se for “considerado operacionalmente necessário”.

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Durante o verão, os F-16 foram temporariamente colocados naquela ilha em resposta às violações russas do espaço aéreo dinamarquês.

Por enquanto, não há uma ameaça crescente contra a Dinamarca ou Bornholm“, disse o chefe das Forças Armadas dinamarquesas, general Flemming Lentfer, à agência noticiosa local Ritzau. “Estamos a reforçar as nossas capacidades militares para podermos reagir mais rapidamente, se a situação assim o exigir”, acrescentou.

Para reforçar a presença da NATO na Europa Oriental, a Dinamarca enviou uma fragata para o Mar Báltico em janeiro, e quatro F-16 para a Lituânia.

“A acumulação militar da Rússia nas fronteiras da Ucrânia e a sua posição dura em relação à NATO levaram o quartel-general da NATO a solicitar, em dezembro, compromissos por parte dos Estados-membros para assegurar que a Aliança tenha as capacidades necessárias à sua disposição”, justificou, na altura, o Ministério da Defesa.

Na semana passada, o país escandinavo disse estar pronto a enviar equipamento militar para a Ucrânia, para o qual contribuiu com quase 80 milhões de euros.

Esta verba acresce a um programa de apoio de 22 milhões de euros anunciado em meados de janeiro, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Jeppe Kofod.

Com menos de seis milhões de habitantes, o reino da Dinamarca tem apenas uma fronteira terrestre, com a Alemanha, mas a sua zona económica exclusiva toca as zonas exclusivas da Alemanha, Suécia, Países Baixos, Reino Unido, Noruega, Islândia, Polónia e Canadá.

Em janeiro, a Finlândia, que não é membro da NATO, também reforçou a prontidão das suas forças militares devido à tensão sobre a Ucrânia.

A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira ucraniana para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.

A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da NATO.