O grupo de conservação Re:wild, com sede no Texas (EUA), lançou uma nova lista com o “Top 25 das espécies perdidas mais procuradas” com o objetivo de, tal como o nome indica, encontrar animais que estão possivelmente extintos.
Ever feel lost? Then you’re not alone! Today we’re introducing our new top 25 most wanted #LostSpecies! For the rest of February, we will feature the latest 8 lost species to land on our list, incredible rediscoveries & our ongoing expeditions. pic.twitter.com/EaN4Ns56Dv
— Re:wild (@rewild) February 9, 2022
Uma delas desapareceu em Portugal, em 1931: a aranha alçapão de Fagilde, e distingue-se de outras aranhas Nemesia por construir armadilhas na horizontal, de acordo com as descobertas do especialista Sergio Henriques descritas no site da organização. Relata-se também que os machos sapateiam em frente às potenciais parceiras no ritual de acasalamento.
A lista inclui o gato peixe “gordo” que está perdido há 65 anos (1957) e foi encontrado pela última vez na Colômbia. E o nome diz tudo: é a única espécie de água doce no mundo com anéis de tecido adiposo enrolados em torno do corpo. Antes de ser considerado perdido, a população local às vezes queimava a sua gordura para usá-la como combustível para lâmpadas.
O rato do Togo, perdido no Togo e no Gana, também tem ligações aos habitantes que tiveram a sorte de ver esta espécie rara (os cientistas só recolheram dois exemplos destes animais até hoje): chamam-lhe de “Yefuli”. A sua última aparição confirmada foi em 1890 e os caçadores acreditam que a sua atividade foi uma das causas da sua possível extinção. Já a salamandra cega blanco é um anfíbio dos Estados Unidos que não é vista desde 1951, e alcançou entre os cientistas o estatuto de mítica.
A organização, que tem o ator Leonardo DiCaprio como membro fundador, procura há cinco anos espécies perdidas. Até hoje, já confirmou a redescoberta através de expedições e análises científicas de oito espécies, incluindo a maior abelha do mundo que foi encontrada na Indonésia .
Quando lançámos a investigação por espécies perdidas, não tínhamos a certeza se alguém iria redescobrir alguma [manifestação de] vida selvagem da nossa lista de mais procuradas”, referiu Barney Long, diretor sénior de estratégias de conservação da Re:wild. “Cada nova redescoberta relembra-nos que podemos encontrar esperança mesmo nas situações mais improváveis e que estas histórias de espécies negligenciadas, mas fascinantes, podem ser um poderoso antídoto para o desespero”, disse ao The Guardian.
As causas dos desaparecimentos destas espécies passam pela desflorestação, caça desenfreada e alterações climáticas, entre outros fatores. É a primeira extinção em massa provocada por outra espécie: o ser humano. Estima-se que a ciência tenha perdido 2.200 espécies em 160 países nos últimos 10 ou mais anos.