Foi descoberta na Nova Zelândia uma cria de tubarão-fantasma, uma espécie ainda pouco conhecida que habita nas profundezas do oceano.

Também designado de “quimera”, este animal descende de uma espécie, há 400 milhões de anos, que originou três tipos de peixes diferentes: os tubarões, as quimeras e as raias.

Assim, este peixe possuiu um esqueleto cartilagíneo, semelhante aos restantes tubarões e raias, e não possui escamas. O seu maxilar superior está fundido no crânio, e, como explica o Oceanário de Lisboa, “a primeira barbatana dorsal é erétil e tem um espinho ligado a uma glândula de veneno“. Alimenta-se de animais invertebrados, e é abundante em águas frias, junto ao fundo do mar, em profundidades superiores aos 200 metros.

A descoberta da cria é algo extremamente raro, especialmente de uma com tão pouca idade, tendo este espécime sido descoberto por cientistas do Instituto Nacional de Investigação da Água e da Atmosfera, perto da Ilha do Sul, a cerca de 1.200 metros de profundidade.

Espécies de águas profundas são geralmente difíceis de encontrar, e em relação aos tubarões-fantasma, eles tendem a ser bastante enigmáticos, pelo que não os vemos muitas vezes”, afirmou à BBC Brit Finucci, uma cientista que pertence à equipa responsável pela descoberta.

Os cientistas por trás da descoberta creem que esta cria tenha chocado há pouco tempo, uma vez que o seu estômago estava cheio de gema do próprio ovo.  Os embriões dos tubarões-fantasma desenvolvem-se num tipo de ovo em forma de cápsulas que são colocados no fundo do mar, e os seu interior serve de alimento a estas crias até chocarem.

As crias [dos tubarões-fantasma] podem viver em habitats muito diferentes. Podem ter dietas diferentes, e podem inclusive ter um aspeto muito diferente dos adultos. Ter encontrado esta cria vai ajudar-nos a perceber melhor alguma da biologia e ecologia desta espécie”, afirmou Brit Finucci.

Este tipo de peixes, segundo a Euronews Green, alimenta-se de minhocas marinhas, ouriços-do-mar, caranguejos e moluscos. Assim como os tubarões, as quimeras utilizam eletrorecetores  — que lhes permite captar as correntes elétricas de outros organismos — para procurarem por presas no escuro das profundezas do mar.

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