Por breves segundos o eurodeputado búlgaro Angel Dzhambaski, do partido nacionalista IMRO, fez o que parece ser uma saudação nazi em pleno Parlamento Europeu. “Nunca permitiremos que nos digam o que dizer e o que fazer. Viva a Bulgária, a Hungria, Orbán, Fidesz e a Europa dos Estados-nação”: assumiu durante a sua intervenção no debate desta quarta-feira, minutos antes de efetuar o gesto registado em vídeo. E que o próprio, agora, recusa ter sido uma saudação nazi.

As palavras que entoou estão relacionadas com a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia que contempla a retenção de fundos comunitários destinados a países que violem o Estado de Direito. É uma “abominação”, reforçou Angel Dzhambaski, no Twitter.

“Uma saudação fascista no Parlamento Europeu é inaceitável para mim”, reagiu a presidente do respetivo órgão, Roberta Metsola, na mesma rede social. Como “casa da democracia”, o gesto “ofende a todos na Europa”, pois “faz parte do capítulo mais negro da História e deve permanecer lá”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Caraterizando o ato como “vergonhoso e inaceitável”, a vice-presidente do Parlamento Europeu, Pina Picierno, usou também o Twitter para condenar o deputado: “O Parlamento Europeu é um monumento vivo da democracia contra a barbárie e o fascismo”. Avançou que vão “verificar as imagens para apurar o que aconteceu no hemiciclo”, cita-a a agência Ansa.

Mais tarde, Angel Dzhambaski justificou-se, afirmando que “esse sinal foi profundamente mal interpretado” e o tema está a ser tratado de forma  “lamentável, rude e em última instância ofensiva“. Por isso, exigiu um pedido de desculpas formal a quem o acusou de fazer uma saudação nazi. Ressalvou, contudo: “Se eu quisesse [fazer uma saudação nazi], eu faria-a no pódio e não enquanto estava a sair do hemiciclo”.