Mikhail Fridman nasceu na Ucrânia, mas tem nacionalidade russa e é um dos homens mais ricos do país. De acordo com o ranking da Forbes, em 2017, era o sétimo homem mais rico da Rússia. Esta semana, depois da invasão ordenada por Putin, à Ucrânia, enviou uma carta aos funcionários da empresa que lidera — a LetterOne — deixando claro que “a guerra nunca pode ser a resposta”.

Na mesma carta, citada no Financial Times, Fridman recordava que viveu na Ucrânia até aos 17 anos e que os país ainda vivem em Lviv, a sua “cidade favorita”. “Também passei grande parte da minha vida como cidadão russo, a fundar e fazer crescer os meus negócios. Estou profundamente ligado aos ucranianos e russos e vejo que o atual conflito é uma tragédia para ambos”, escreveu na carta enviada por e-mail.

Frisando que não faz “declarações políticas”, ciente que “é um homem de negócios com responsabilidade sobre muitos milhares de empregados na Rússia e na Ucrânia” diz estar “convencido que a guerra nunca pode ser a resposta”.

“Esta crise vai custar vidas e prejudicar duas nações que foram irmãs por centenas de anos. Enquanto uma solução parece assustadoramente distante, só posso juntar-me a todos quantos desejam que o derramamento de sangue pare. Tenho a certeza que os meus parceiros partilham desta visão”, disse aos empregados.

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E foi já depois de ter sido notícia esta posição de Fridman que o oligarca Oleg Deripaska — um forte apoiante de Putin — escreveu uma curta declaração no Telegram: “A paz é muito importante, as negociações têm de começar tão depressa quanto possível”. Deripaska fundou a gigante russa de alumínio Rusal e detém uma participação na anglo-russa En+ Group.

O oligarca Oleg Deripaska exigiu ainda, esta segunda-feira, o fim do “capitalismo de Estado” na Rússia, face à crise provocada pelas sanções ocidentais na sequência da invasão russa da Ucrânia.

“Há uma verdadeira crise e precisamos de verdadeiros gestores de crise (…) é absolutamente necessário mudar a política económica e acabar com este capitalismo de Estado”, escreveu no Telegram o milionário e fundador do gigante do alumínio Rusal.

Roman Abramovich não se manifestou sobre a guerra, mas passou o Chelsea — do qual é dono — para as mãos da fundação do clube.

Com o crescendo de sanções impostas à Rússia os negócios dos oligarcas no país acabam por ser afetados. Fridman, por exemplo, é um dos donos do Alfa-Bank, o maior banco privado russo, que sofrerá com as sanções impostas no sistema bancário internacional.

Notícia atualizada às 14h45